“talvez algumas mulheres não foram feitas para serem domadas”, diz Carrie Bradshaw enquanto observa seu eterno affair, Mr. Big, entrar em um carro com sua atual esposa, Natasha. todos esses são personagens da série Sex And The City e, apesar dessa fala ser bastante interessante, quando você assiste, percebe que ela nasce de um lugar de comparação — Carrie está profundamente triste por não ter sido a escolhida de seu amado Big.
é muito comum nos dias de hoje ver crianças vestidas de Elsa, a protagonista de Frozen, da Disney. eu amo o fascínio das mini divas por ela! comentando com a minha mãe que não gosta das princesas ou de qualquer referência estadunidense, ela disse: “pelo menos é uma boa referência e não aquelas babaquices de antes”. não é engraçado saber que essa mulher pariu e criou uma garota completamente obcecada pela Cinderela? ai ai…
“‘Esconda, não sinta
Não deixe que eles saibam’
Bem, agora eles sabem”canta Elsa enquanto sobre uma montanha nevada e tira suas luvas, revelando seu poder.
recentemente, comecei a assistir Vikings porque vivo um relacionamento heterossexual e meu digníssimo, como pede o estereótipo masculino, ama um entretenimento de ação com batalhas sangrentas. a parte boa? eu acabo descobrindo séries e filmes bem interessantes que jamais escolheria assistir. como agora que eu estou simplesmente viciada e obcecada pela protagonista.
Lagertha é guerreira, impetuosa, forte, belíssima, desobediente, determinada, sexual e livre. que deleite é ver uma mulher assim numa série tão “máscula”. não tem um episódio que eu não repita: “eu queria ser ela!”, como o fascínio de uma criança.
mulheres livres me fascinam.
quando trabalhei em restaurante, nossa turma de mulheres era conhecida por ser difícil e brava. simplesmente porque não nos tranquilizávamos com qualquer argumento e batíamos de frente com gerentes e outros garçons. eu e algumas delas éramos consideradas as treinadoras mais chatas — justamente por isso, éramos as que mais treinavam os novatos.
um dia, um garçom que eu treinava gritou comigo no salão porque eu era muito exigente e estava deixando ele maluco. em outro restaurante, eu tinha acabado de entrar e conquistei uma posição acima dos garçons que estavam lá há mais tempo. fui contestar uma atitude de um deles e, apontando o dedo na minha cara, ele me mandou tomar no cu na frente dos clientes.
eu sou brava, exigente e difícil pra quem só espera que eu seja dócil.
mulheres verdadeiramente indomáveis me fascinam porque algumas vezes eu cantei a bola da liberdade para me consolar, como a Carrie, e não por verdadeiramente me sentir assim. e porque outras tantas eu abri mão da minha força para ser mais palatável.
não quero de maneira alguma deixar de ser doce. mas a acidez, o amargor e o sal são igualmente importantes na construção de sabor.
quando vejo Lagertha bater de frente com condes, guerreiros e reis, vestir seu escudo e erguer sua espada sem medo, me lembro que ser dócil não me fará conquistar territórios.
ao contrário dela, não sou colonizadora. os territórios que luto diariamente para conquistar são internos: minha confiança, minha sexualidade, minha coragem, minha voz, minha autenticidade, minha criatividade, e o maior de todos, meu Desejo.
uma vez, um trecho de um podcast meu viralizou e nele eu dizia que quando você vê uma pessoa muito autêntica, pode ter certeza que ela está sustentando o desconforto que os efeitos colaterais da existência dela provocam.
algumas pessoas discordaram e disseram que pessoas verdadeiramente autênticas não ligam para o que os outros pensam e não sustentam desconforto algum. que grande ilusão essa! e talvez a que mais nos distancie de ousar ser quem somos.
mulheres livres enfrentam batalhas homéricas para permanecerem indomáveis. muitas vezes, pensam em desistir e simplesmente aceitar o papel que a designaram porque talvez tenham mais paz assim. mas não. elas não conseguem viver em paz consigo mesmas quando permitem que colonizem seus territórios sagrados.
em Vikings, quando Ragnar, seu marido, transa com outra mulher, Lagertha fica brava, mas permanece no casamento. quando a mulher em questão, princesa Aslaug, aparece grávida, Lagertha vai embora imediatamente e pede o divórcio. não é o sexo, é o território invadido.
delimitar suas fronteiras e se retirar todas as vezes que forem ultrapassadas.
essa é a verdadeira liberdade.
eu posso sustentar um espaço e te trazer ferramentas para aguçar o seu faro, resgatar sua coragem e te colocar em movimento pelo seu Desejo. faço isso dentro da mentoria da Desejante, um processo individual e personalizado exclusivo para mulheres. tenho apenas uma vaga disponível para iniciarmos esse ano, antes do reajuste de preço. para conhecer os detalhes, clique aqui, preencha o formulário e aguarde o meu contato. bora encerrar o ano abrindo caminho para que o desejo se manifeste!
curadoria da semana
🎧o novo álbum da Lily Allen é um grande tesouro pras fofoqueiras. essa é das minhas preferidas.
🎬além de Vikings, estou vendo a segunda temporada de Ninguém Quer para equilibrar os chakras
📚eu adoro a news
que traz reflexões bem interessantes sobre os episódios de Sex And The City






“delimitar suas fronteiras e se retirar todas as vezes que forem ultrapassadas” - meu mantra, só eu sei o preço que pago, mas é isso, vale! Obrigada pela honra de ser citada 🥹🍸
"não sou colonizadora. os territórios que luto diariamente para conquistar são internos: minha confiança, minha sexualidade, minha coragem, minha voz, minha autenticidade, minha criatividade, e o maior de todos, meu Desejo." 💥❤️🔥