O que acho mais louco é como, além de tudo, a conta não fecha nem nas cobranças sociais: se você é artista que assumidamente quer fazer dinheiro com a sua arte, é um vendido. É menos artista, tem menos alma. Mas se tem tempo para se dedicar à ela independente de ser uma fonte de renda, é um filhinho de papai mimado que só cria porque não precisa se preocupar com dinheiro. Ou seja: querem consumir a criação, mas só se ela vier do perrengue, sofrimento e abnegação
Acho muito importante isso que você trouxe, Yna, obrigada! E acho mais louco ainda que é esse tabu de ganhar dinheiro que incutem ainda mais em mulheres. Hoje consigo falar de boca cheia que quero ter dinheiro e ser rica sem parecer mesquinha, mas foi trabalho pra chegar aqui - e continua sendo o de lidar, todos os dias, com a sombra coletiva que envolve grana. ❤️ mais ainda, com a que dissocia fazer o que se ama de ser bem paga!
totalmente, Cândida! eu acho tão bizarro isso de vivermos num mundo obcecado por fazer mais, mas quando pessoas que "fogem às regras" também querem sua fatia, estão se corrompendo. fica bem claro como tudo funciona a partir disso. mas a gente segue! eu tô com você: quero ser uma artista rica!
se criou no imaginário cultural a imagem do artista sofredor, que o artista só faz obras magníficas quando está sofrendo e que querer uma vida confortável financiada pela arte é se vender. é por essa crença que vivemos de ouvir que é impossível viver de arte no Brasil, principalmente quando não viemos de um berço artístico.
Apesar de não viver de arte, entendo 100% esse sentimento. Sendo arte uma forma de ativismo e resistência, vejo algo bem parecido no campo de direitos humanos. Há um ideal nos outros e nas instituições, quando se trata de trabalhar com DH, que "tudo bem ganhar pouco, porque você está lidando com problemas sociais". Oi? Todes merecemos ser justamente remunerados não só para sobreviver, mas para viver com qualidade (e olha que falo isso com meus privilégios de mulher branca e cis).
ainda mais se você está trabalhando com o desenvolvimento de pessoas!!! como manter a saúde em dia para ter forças de ajudar, se nem o básico a pessoa tem em casa? não faz o menor sentido! e concordo muito: viver com qualidade deveria ser o básico. grata pelo comentário, Natasha!
E vejo o quanto ainda existem em mim padrões em relação ao cobrar o valor que considero justo, especialmente para os trabalhos que tem resultados não tão palpáveis como as terapias.
Como sempre, necessária e impecável.
O que acho mais louco é como, além de tudo, a conta não fecha nem nas cobranças sociais: se você é artista que assumidamente quer fazer dinheiro com a sua arte, é um vendido. É menos artista, tem menos alma. Mas se tem tempo para se dedicar à ela independente de ser uma fonte de renda, é um filhinho de papai mimado que só cria porque não precisa se preocupar com dinheiro. Ou seja: querem consumir a criação, mas só se ela vier do perrengue, sofrimento e abnegação
haaaaaabla mesmo! perfeita colocação, Be!
Acho muito importante isso que você trouxe, Yna, obrigada! E acho mais louco ainda que é esse tabu de ganhar dinheiro que incutem ainda mais em mulheres. Hoje consigo falar de boca cheia que quero ter dinheiro e ser rica sem parecer mesquinha, mas foi trabalho pra chegar aqui - e continua sendo o de lidar, todos os dias, com a sombra coletiva que envolve grana. ❤️ mais ainda, com a que dissocia fazer o que se ama de ser bem paga!
totalmente, Cândida! eu acho tão bizarro isso de vivermos num mundo obcecado por fazer mais, mas quando pessoas que "fogem às regras" também querem sua fatia, estão se corrompendo. fica bem claro como tudo funciona a partir disso. mas a gente segue! eu tô com você: quero ser uma artista rica!
se criou no imaginário cultural a imagem do artista sofredor, que o artista só faz obras magníficas quando está sofrendo e que querer uma vida confortável financiada pela arte é se vender. é por essa crença que vivemos de ouvir que é impossível viver de arte no Brasil, principalmente quando não viemos de um berço artístico.
ISSO AQUI!!!
Nossa, exato!
Apesar de não viver de arte, entendo 100% esse sentimento. Sendo arte uma forma de ativismo e resistência, vejo algo bem parecido no campo de direitos humanos. Há um ideal nos outros e nas instituições, quando se trata de trabalhar com DH, que "tudo bem ganhar pouco, porque você está lidando com problemas sociais". Oi? Todes merecemos ser justamente remunerados não só para sobreviver, mas para viver com qualidade (e olha que falo isso com meus privilégios de mulher branca e cis).
ainda mais se você está trabalhando com o desenvolvimento de pessoas!!! como manter a saúde em dia para ter forças de ajudar, se nem o básico a pessoa tem em casa? não faz o menor sentido! e concordo muito: viver com qualidade deveria ser o básico. grata pelo comentário, Natasha!
Que edição! 🤌🏻
E vejo o quanto ainda existem em mim padrões em relação ao cobrar o valor que considero justo, especialmente para os trabalhos que tem resultados não tão palpáveis como as terapias.
https://substack.com/@fabiopadilha/note/c-139721971