oi Yna! eu passei por algo semelhante entre meus 30 e 34 anos em que eu desejava muito ser mãe, mas não engravidava, meu parceiro tava de boas e eu sentindo o peso da maternidade compulsória. eu não conseguia verbalizar isso corretamente (o início da tentativa de engravidar tem mais de dez anos) e as mulheres ao meu redor não falavam sobre não ter filhos ser uma opção. quando eu finalmente engravidei eu fiquei tão feliz de passar por aquele momento, tão meu, mas não lembro de dividir essa sensação com alguém. depois ela nasceu e, bem. um mundo novo, um eu novo, muita coisa pra descobrir, elaborar e não surtar (surtei). o que eu acho, de fato, é que o mundo parece ter a paciência pra ouvir um ou outro lado de uma mulher - nunca a dúvida, a complexidade, a indecisão. parece que esse caminho do meio ainda não foi aberto pra nós. “eu desejo ser mãe?” eu descobri muito depois que minha filha nasceu que sim, foi o que eu mais desejei. e quando eu olho pra ela sinto o terror e a maravilha de não poder voltar mais atrás, ela será minha pra sempre e eu serei dela pra sempre - o que quer dizer que vou me preocupar quando ela voltar de um rolê só pela manhã ou se ela for hétero. Mas eu nunca mais vou desver a risada dela, a voz de gatinho falando “mamãe”, ela me contando que “nanã” tem duas sílabas. pra quem eu conto isso tudo quando transborda de mim? aliás, pra quem contamos tudo quando transbordam desse nosso corpo de mulher qualquer coisa? pq não só as mães estão plenas, tantas nós transbordam e não sabem o que fazer com esse transbordo. precisamos tanto tanto ouvir um pouco mais as mulheres que nos rodeiam. só mais um pouco. e aí talvez consigamos ver que ali mora um sonho, ou uma desilusão, que ali um rio encheu e inundou as margens.
Se eu já te admirava, saiba que agora te admiro ainda mais, Yna. Como é lindo te ver se abrindo dessa forma, falando da solidão de um dos tantos lugares solitários da maternidade. Por aqui, ao acabar te de ler, eu fico com a certeza de que esse novo cafofo que eu estou criando para as mães no Substack há de ser um lugar acolhedor não só para as mães de filhos fora ou dentro da barriga, mas também para as mulheres que maternam o desejo — quem está nesse espaço-entre, as tentantes, desejantes, planejantes, as nas filas de adoção.
Obrigada por falar desse lugar tão íntimo. Que essa edição chegue longe e seja bálsamo para muitas mulheres! ❤️ um forte abraço!
Eu amo que temos o privilégio de caminhar lado a lado, mesmo com um oceano de distância. Não vejo a hora de acompanhar o que vai fervilhar no caldeirão da Comadreria! Grata por abrir esse espaço também pras desejantes, como eu. É gostoso demais sentir esse acolhimento!❤️🔥
Yna, que transbordamento lindo. Esse termo momento-entre… eu o estou vivendo há pelo menos 5 anos (desde que tenho consciência que desejo sim ser mãe)e sou casada há 10.
E, eu te sinto não do seu lugar,claro, mas de um outro lugar parecido e viver presente o momento-entre é um exercício diário de presença no presente. No que temos hoje. Confesso que tem momentos que é desafiador, principalmente quando todos a sua voltam engravidam e vc não.
Eu tô num processo de FIV, entrei nele de cabeça em set/2023. Com uma perda ano passado, a maior dor do mundo que já tive até hoje. Mas, já dizia o contemporâneo emicida “vai, levanta e anda” , eu levantei e estou vivendo novamente o meu momento-entre da melhor forma possível que eu posso. Já cogitei desejar menos, já cogitei não desejar mais…
O que é impossível, entendi. Está em mim. O que me resta se não continuar tentando realizar os meus desejos? Talvez a vida seja feita do tentar.
também já tentei não desejar tanto no auge de uma crise, mas o desejo é essa coisa que não saí da gente nem com reza, né? porque é parte de quem a gente é. eu achei lindo e concordo com você: a vida é feita do tentar! tô daqui torcendo muito por você. vai dar certo! um abraço forte❤️🔥
Eu já senti tudo isso que você descreve. Toda essa angústia com as amizades. Eu tive meu filho com 42 anos. Parecia impossível me encaixar nos grupos antes disso. Os amigos de longa data foram tendo os filhos e nós não.
Eu fui "tentante" termo bem angustiante por 8 anos.
Esse ano senti uma alegria imensa num bloquinho de carnaval infantil, me senti fazendo parte. Pulsei com a alegria do meu bebê que se divertiu muito.
Cada dia eu aprecio mais a sua escrita Yna, e o tanto de coração que você coloca.
“O presente é um lugar seguro” me pegou demais, é o que tenho vivido aqui sim ou sim.
E ainda que não esteja em um momento de desejo de ser mãe, também me sinto em um momento-entre e me vejo assim como você disse, me voltando para o agora para aproveitar o que tenho hoje e lidar com a minha solidão da melhor forma que posso. Longas caminhadas, longas escritas, longos silêncios, para dar colo para esse mundo inteiro de sensações.
Talvez a solidão só esteja nos pedindo para aproveitá-la. ♥️
Oi! Venho hoje de um lugar um pouquinho diferente. Sou casada, não tenho filhos e não sei se quero ter. Não sei se quero abrir mão da minha liberdade de tempo e financeira. Não sei se quero uma responsabilidade por tanto tempo. Não sei quero cuidar... Já quis, mas hoje não tenho certeza.
Eu me sentia até pouco tempo atrás deslocada em questão de amizades, mas recentemente comecei a participar de um grupo que tem todos os tipos de mulheres (mães, solteiras, casadas) e ainda assim os assuntos são variados. Foi uma feliz surpresa saber que sim, existe amizade na vida adulta, só precisa de mais intenção. O grupo foi crescendo aos poucos, uma chamando outra, pelo desejo de ter amigas. Deixo a ideia ou uma sementinha de ideia!
Oi, Taís! Feliz que você encontrou esse espaço tão necessário. Eu sinto que falar sobre isso abriu essa roda por aqui nos comentários e tô sentindo a força que tem a expressão genuína dos nossos afetos. Sementinha plantada! Grata pelo seu relato❤️🔥
Mulher, foi tão libertador pra mim admitir — pra mim mesma, em primeiro lugar, e pro meu parceiro, em segundo — que eu quero ser mãe que é como se eu tivesse tirado uma tonelada das costas. Logo eu, que sempre disse que era uma atrocidade colocar numa criança nesse mundo (oi, trauma) agora me pego observando crianças e mães e sinto minha alma dizer um sonoro “sim!”. Estou abrindo isso pro mundo passinho a passinho, mas estou tão feliz com isso, e ao mesmo tão aterrorizada que é engraçado! Bora criar um grupo de aspirantes a mães pra gente dividir essa loucura hahah
é exatamente essa a sensação, Elana! “que delícia! que pavor!!!”, tipo montanha-russa😂 mas sinto o mesmo alívio que você botando isso no mundo. tô achando que a gente precisa mesmo desse grupo, viu?❤️🔥
Yna, tenho 38 anos (farei 39 em maio) e a única diferença entre nós é que passei pelo casamento civil (mas não sei se isso faz mta diferença kkkk) e tenho dois filhos caninos (sim, são meus filhos). Mas o sentimento de dúvida sobre o maternar e a forte sensação de estar deslocada, mesmo entre amigas, é igual. Uma pena não morarmos na mesma cidade e, portanto, não poder te convidar pra um café. Faz um tempo tenho pensando muito nesse "entre-espaço", curtindo o presente mas também tentando ouvir o meu desejo, o quanto ele é só meu, o quanto ele vem de fora, o quanto um filho parece algo realmente extraordinário e que não é possível, de fato, estar 100% preparada. Mas como não pensar sobre as mudanças, sobre o peso do definitivo, sobre os erros que certamente serão cometidos? Enfim, era pra ser um comentário de agradecimento mas que acabou sendo um desabafo. Conte comigo (e não estou falando isso por falar). Um abraço!
Luísa ❤️🔥 desabafos são mais que bem-vindos e necessários aqui pra que a gente se acolha nesse turbilhão hahaha tanta coisa, né? caramba! eu tenho certeza do desejo e mesmo assim tantas dúvidas sobre ele. me alivia saber que não estou sozinha nesse barco! muito grata! ps: sou doida pra ser mãe de pet😂
Te entendo profundamente, porque, de certa forma, estou vivendo algo muito parecido. Também sou uma mulher jovem (um pouco mais nova que você, tenho 28 anos) casada e, como você, também tenho esse desejo da maternidade.
Eu já vivi duas perdas, e isso trouxe muitas inseguranças, medos e aquela pergunta inevitável: será que vou conseguir? Mas, aos poucos, fui encontrando formas de acolher esse desejo e torná-lo mais leve. Uma coisa que me ajudou imensamente foi adotar minha cachorrinha, a Lola. Ela trouxe tanto amor e companhia para minha vida, que, de certa forma, sinto que me ajudou a viver um pouco esse cuidado e entrega.
E, como você falou, tenho aproveitado esse momento-entre para estudar sobre a maternidade, a educação, a alimentação, o sono dos bebês… enfim, tantas coisas que eu nem sabia que existiam e que agora fazem parte desse caminho de preparação.
Só queria te dizer que você não está sozinha. Acho que tem muitas mulheres como nós vivendo essa fase, só que, talvez, a gente simplesmente não fale muito sobre isso.
Oi, Manuela! Sinto muito pelas suas perdas. Que desafio esse, né? Mas fiquei bastante feliz em te ler e saber da Lola também! Sou louca por cachorros hahahaha É muito gostoso saber que em algum lugar existe outro alguém na mesma sintonia que a gente. Grata por me deixar saber disso❤️🔥
Por aqui outra demissexual, não conhecia a expressão. E também não sei o que é conversante. Não percebo a necessidade de pôr rótulos em tudo. Obrigada pela sua reflexão, eu também me sinto deslocada, mas por outras razões e noutra fase da vida, já tenho 2 filhos jovens adultos. Gosto muito de a ler. Beijinho de Portugal
Já conversamos umas tantas profundezas sobre tudo isso… 🌊🌀
Esse texto é uma preciosura! Gracias por escrevê-lo, gracias por compartilha-lo! Gracias por transbordar com tanta presença e generosidade!
Tenho aprendido a beleza e a importância dos contra tempos (no sentido musical e de dança mesmo… dos tempos entre) , a importância de sustentar a presença, a curiosidade - e o prazer- no não saber… sabendo para onde a flecha do desejo aponta mas nao sabendo ainda quando e como as coisas se darão…
E o conselho da Verbena foi precioso e ressoou aqui em mim no contexto que você já conhece… que tem parencencias e diferenças com o seu… mas também é tempo de espera e preparação… te abraço apertado coração com coração!!!
você foi a primeira a me abrir esse espaço, Estrela! eu sou profundamente grata pelo dia que você me mandou aquela mensagem. mudou tanta coisa por aqui, você nem imagina! estamos juntas e veremos florescer tudo ❤️🔥
Yna, não posso dizer que entendo o que você escreveu, mas queria falar que adorei a forma como você escreve. É honesta e tem um ritmo tão gostoso, me prendeu do começo ao fim. Parabéns pelo texto!
Alli! pra mim é sempre uma coisa maravilhosa “furar a bolha” e perceber que os textos chegam e afetam até quem não vive a mesma realidade! muito grata pelo seu comentário❤️🔥
Eu não estou entre a incerteza de ser mãe, mas sim entre a incerteza de entrar ou não em um relacionamento (o primeiro namoro sério). Eu sei o que sinto por ele, eu sei o que ele sente por mim, e é a coisa mais linda que já vivi. Meu receio é que, eu sou muito muito jovem. Estou entrando na vida adulta agora, tenho que me preocupar com faculdade, vestibulares, cursos, primeiro emprego..., e não sei se há espaço para um relacionamento. Eu sempre lidei muito bem comigo mesma, sempre vivi "sozinha", sempre curti muito a minha individualidade, e pensar em compartilhar minha vida com alguém me assusta um pouco. Estou entre focar no meu futuro e perder um amor (essa é a primeira vez que sinto que amo alguém romanticamente falando).
oi, Giovana! a vida sempre colocando a gente nessa encruzilhada, né? vou te falar de um lugar de quem já esteve nesse momento-entre que você está: um amor não mata nossa individualidade, mas nos faz abrir mão de algumas coisas. o meu conselho seria você entrar nessa relação com leveza. respeitando os seus desejos maiores e vendo se é possível ter os dois mundos no caminho. não sei, eu não decidiria antes de tentar, sabe? de repente vocês encontram uma forma de se relacionar onde as individualidades e os desejos de cada um também tem lugar. mas já estabeleça esse valor agora e se mantenha fiel a ele no caminho. há espaço? continue. não há? volte. espero que te traga um pouco de alívio ler isso ❤️🔥
muito obrigada por isso! Eu realmente não posso desistir antes de tentar, e também não posso me deixar de lado. Tentarei encontrar o equilíbrio entre os dois mundos.❤️
Oi! Eu me sinto assim, deslocada, mas por não querer ser mãe. Tenho medo do meu atual namorado um belo dia virar pra mim e dizer que sim, ele quer ser pai e eu precisar terminar o relacionamento e deixa-lo ir atrás disso. Percebo que já não tenho muito em comum com as amigas casadas e mães, porque eu não sou casada e nem quero ser mãe. Fico imaginando a mesma distância se instalar quando as amigas casadas sem filhos engravidarem… e eu cada vez mais só, comigo mesma. E aí sim, a dúvida: filho é um passaporte pro seleto grupo de mães, festinhas escolares, reuniões de pais e professores? Eu TENHO QUE fazer parte disso pra tentar me encaixar??
Cyndy❤️🔥 tanta coisa passa pela nossa cabeça, né? tudo isso já me atravessa aqui. eu sinto que você não estará sozinha se houver diálogo desde agora. percebi que meu silêncio estava me trazendo essa sensação de solidão ainda mais forte, sabe? depois que escrevi esse texto, comecei a falar com as minhas amigas sobre o que sinto. porque, como toda relação, precisamos descobrir os novos pontos de encaixe que vão surgindo com nossas mudanças. acho que é um bom primeiro passo!
oi Yna! eu passei por algo semelhante entre meus 30 e 34 anos em que eu desejava muito ser mãe, mas não engravidava, meu parceiro tava de boas e eu sentindo o peso da maternidade compulsória. eu não conseguia verbalizar isso corretamente (o início da tentativa de engravidar tem mais de dez anos) e as mulheres ao meu redor não falavam sobre não ter filhos ser uma opção. quando eu finalmente engravidei eu fiquei tão feliz de passar por aquele momento, tão meu, mas não lembro de dividir essa sensação com alguém. depois ela nasceu e, bem. um mundo novo, um eu novo, muita coisa pra descobrir, elaborar e não surtar (surtei). o que eu acho, de fato, é que o mundo parece ter a paciência pra ouvir um ou outro lado de uma mulher - nunca a dúvida, a complexidade, a indecisão. parece que esse caminho do meio ainda não foi aberto pra nós. “eu desejo ser mãe?” eu descobri muito depois que minha filha nasceu que sim, foi o que eu mais desejei. e quando eu olho pra ela sinto o terror e a maravilha de não poder voltar mais atrás, ela será minha pra sempre e eu serei dela pra sempre - o que quer dizer que vou me preocupar quando ela voltar de um rolê só pela manhã ou se ela for hétero. Mas eu nunca mais vou desver a risada dela, a voz de gatinho falando “mamãe”, ela me contando que “nanã” tem duas sílabas. pra quem eu conto isso tudo quando transborda de mim? aliás, pra quem contamos tudo quando transbordam desse nosso corpo de mulher qualquer coisa? pq não só as mães estão plenas, tantas nós transbordam e não sabem o que fazer com esse transbordo. precisamos tanto tanto ouvir um pouco mais as mulheres que nos rodeiam. só mais um pouco. e aí talvez consigamos ver que ali mora um sonho, ou uma desilusão, que ali um rio encheu e inundou as margens.
Cris, eu tô tão profundamente emocionada com seu comentário que não sei nem o que dizer. mas estou sentindo. muito! grata❤️🔥
Se eu já te admirava, saiba que agora te admiro ainda mais, Yna. Como é lindo te ver se abrindo dessa forma, falando da solidão de um dos tantos lugares solitários da maternidade. Por aqui, ao acabar te de ler, eu fico com a certeza de que esse novo cafofo que eu estou criando para as mães no Substack há de ser um lugar acolhedor não só para as mães de filhos fora ou dentro da barriga, mas também para as mulheres que maternam o desejo — quem está nesse espaço-entre, as tentantes, desejantes, planejantes, as nas filas de adoção.
Obrigada por falar desse lugar tão íntimo. Que essa edição chegue longe e seja bálsamo para muitas mulheres! ❤️ um forte abraço!
Eu amo que temos o privilégio de caminhar lado a lado, mesmo com um oceano de distância. Não vejo a hora de acompanhar o que vai fervilhar no caldeirão da Comadreria! Grata por abrir esse espaço também pras desejantes, como eu. É gostoso demais sentir esse acolhimento!❤️🔥
Yna, que transbordamento lindo. Esse termo momento-entre… eu o estou vivendo há pelo menos 5 anos (desde que tenho consciência que desejo sim ser mãe)e sou casada há 10.
E, eu te sinto não do seu lugar,claro, mas de um outro lugar parecido e viver presente o momento-entre é um exercício diário de presença no presente. No que temos hoje. Confesso que tem momentos que é desafiador, principalmente quando todos a sua voltam engravidam e vc não.
Eu tô num processo de FIV, entrei nele de cabeça em set/2023. Com uma perda ano passado, a maior dor do mundo que já tive até hoje. Mas, já dizia o contemporâneo emicida “vai, levanta e anda” , eu levantei e estou vivendo novamente o meu momento-entre da melhor forma possível que eu posso. Já cogitei desejar menos, já cogitei não desejar mais…
O que é impossível, entendi. Está em mim. O que me resta se não continuar tentando realizar os meus desejos? Talvez a vida seja feita do tentar.
eu sinto muitíssimo pela sua perda🫂
também já tentei não desejar tanto no auge de uma crise, mas o desejo é essa coisa que não saí da gente nem com reza, né? porque é parte de quem a gente é. eu achei lindo e concordo com você: a vida é feita do tentar! tô daqui torcendo muito por você. vai dar certo! um abraço forte❤️🔥
Eu já senti tudo isso que você descreve. Toda essa angústia com as amizades. Eu tive meu filho com 42 anos. Parecia impossível me encaixar nos grupos antes disso. Os amigos de longa data foram tendo os filhos e nós não.
Eu fui "tentante" termo bem angustiante por 8 anos.
Esse ano senti uma alegria imensa num bloquinho de carnaval infantil, me senti fazendo parte. Pulsei com a alegria do meu bebê que se divertiu muito.
Tenha o meu abraço e sinta que não está sozinha.
que imagem linda a do bloquinho! tô daqui muito feliz por você. grata por trazer esse abraço pra cá ❤️🔥
As alegrias ficam tão simples com um bebê né?
Cada dia eu aprecio mais a sua escrita Yna, e o tanto de coração que você coloca.
“O presente é um lugar seguro” me pegou demais, é o que tenho vivido aqui sim ou sim.
E ainda que não esteja em um momento de desejo de ser mãe, também me sinto em um momento-entre e me vejo assim como você disse, me voltando para o agora para aproveitar o que tenho hoje e lidar com a minha solidão da melhor forma que posso. Longas caminhadas, longas escritas, longos silêncios, para dar colo para esse mundo inteiro de sensações.
Talvez a solidão só esteja nos pedindo para aproveitá-la. ♥️
talvez ela só queira um pouquinho da nossa atenção, né? ainda bem que buscamos ouvir! grata grata grata sempre, Pat❤️🔥
Oi! Venho hoje de um lugar um pouquinho diferente. Sou casada, não tenho filhos e não sei se quero ter. Não sei se quero abrir mão da minha liberdade de tempo e financeira. Não sei se quero uma responsabilidade por tanto tempo. Não sei quero cuidar... Já quis, mas hoje não tenho certeza.
Eu me sentia até pouco tempo atrás deslocada em questão de amizades, mas recentemente comecei a participar de um grupo que tem todos os tipos de mulheres (mães, solteiras, casadas) e ainda assim os assuntos são variados. Foi uma feliz surpresa saber que sim, existe amizade na vida adulta, só precisa de mais intenção. O grupo foi crescendo aos poucos, uma chamando outra, pelo desejo de ter amigas. Deixo a ideia ou uma sementinha de ideia!
Oi, Taís! Feliz que você encontrou esse espaço tão necessário. Eu sinto que falar sobre isso abriu essa roda por aqui nos comentários e tô sentindo a força que tem a expressão genuína dos nossos afetos. Sementinha plantada! Grata pelo seu relato❤️🔥
Mulher, foi tão libertador pra mim admitir — pra mim mesma, em primeiro lugar, e pro meu parceiro, em segundo — que eu quero ser mãe que é como se eu tivesse tirado uma tonelada das costas. Logo eu, que sempre disse que era uma atrocidade colocar numa criança nesse mundo (oi, trauma) agora me pego observando crianças e mães e sinto minha alma dizer um sonoro “sim!”. Estou abrindo isso pro mundo passinho a passinho, mas estou tão feliz com isso, e ao mesmo tão aterrorizada que é engraçado! Bora criar um grupo de aspirantes a mães pra gente dividir essa loucura hahah
é exatamente essa a sensação, Elana! “que delícia! que pavor!!!”, tipo montanha-russa😂 mas sinto o mesmo alívio que você botando isso no mundo. tô achando que a gente precisa mesmo desse grupo, viu?❤️🔥
Yna, tenho 38 anos (farei 39 em maio) e a única diferença entre nós é que passei pelo casamento civil (mas não sei se isso faz mta diferença kkkk) e tenho dois filhos caninos (sim, são meus filhos). Mas o sentimento de dúvida sobre o maternar e a forte sensação de estar deslocada, mesmo entre amigas, é igual. Uma pena não morarmos na mesma cidade e, portanto, não poder te convidar pra um café. Faz um tempo tenho pensando muito nesse "entre-espaço", curtindo o presente mas também tentando ouvir o meu desejo, o quanto ele é só meu, o quanto ele vem de fora, o quanto um filho parece algo realmente extraordinário e que não é possível, de fato, estar 100% preparada. Mas como não pensar sobre as mudanças, sobre o peso do definitivo, sobre os erros que certamente serão cometidos? Enfim, era pra ser um comentário de agradecimento mas que acabou sendo um desabafo. Conte comigo (e não estou falando isso por falar). Um abraço!
Luísa ❤️🔥 desabafos são mais que bem-vindos e necessários aqui pra que a gente se acolha nesse turbilhão hahaha tanta coisa, né? caramba! eu tenho certeza do desejo e mesmo assim tantas dúvidas sobre ele. me alivia saber que não estou sozinha nesse barco! muito grata! ps: sou doida pra ser mãe de pet😂
Oi, Yna!
Te entendo profundamente, porque, de certa forma, estou vivendo algo muito parecido. Também sou uma mulher jovem (um pouco mais nova que você, tenho 28 anos) casada e, como você, também tenho esse desejo da maternidade.
Eu já vivi duas perdas, e isso trouxe muitas inseguranças, medos e aquela pergunta inevitável: será que vou conseguir? Mas, aos poucos, fui encontrando formas de acolher esse desejo e torná-lo mais leve. Uma coisa que me ajudou imensamente foi adotar minha cachorrinha, a Lola. Ela trouxe tanto amor e companhia para minha vida, que, de certa forma, sinto que me ajudou a viver um pouco esse cuidado e entrega.
E, como você falou, tenho aproveitado esse momento-entre para estudar sobre a maternidade, a educação, a alimentação, o sono dos bebês… enfim, tantas coisas que eu nem sabia que existiam e que agora fazem parte desse caminho de preparação.
Só queria te dizer que você não está sozinha. Acho que tem muitas mulheres como nós vivendo essa fase, só que, talvez, a gente simplesmente não fale muito sobre isso.
Um beijão! ❤️
Oi, Manuela! Sinto muito pelas suas perdas. Que desafio esse, né? Mas fiquei bastante feliz em te ler e saber da Lola também! Sou louca por cachorros hahahaha É muito gostoso saber que em algum lugar existe outro alguém na mesma sintonia que a gente. Grata por me deixar saber disso❤️🔥
Por aqui outra demissexual, não conhecia a expressão. E também não sei o que é conversante. Não percebo a necessidade de pôr rótulos em tudo. Obrigada pela sua reflexão, eu também me sinto deslocada, mas por outras razões e noutra fase da vida, já tenho 2 filhos jovens adultos. Gosto muito de a ler. Beijinho de Portugal
“conversante” não faz sentido, né? meu Deus! hahahahaha grata pelo comentário, Ana❤️🔥
Já conversamos umas tantas profundezas sobre tudo isso… 🌊🌀
Esse texto é uma preciosura! Gracias por escrevê-lo, gracias por compartilha-lo! Gracias por transbordar com tanta presença e generosidade!
Tenho aprendido a beleza e a importância dos contra tempos (no sentido musical e de dança mesmo… dos tempos entre) , a importância de sustentar a presença, a curiosidade - e o prazer- no não saber… sabendo para onde a flecha do desejo aponta mas nao sabendo ainda quando e como as coisas se darão…
E o conselho da Verbena foi precioso e ressoou aqui em mim no contexto que você já conhece… que tem parencencias e diferenças com o seu… mas também é tempo de espera e preparação… te abraço apertado coração com coração!!!
você foi a primeira a me abrir esse espaço, Estrela! eu sou profundamente grata pelo dia que você me mandou aquela mensagem. mudou tanta coisa por aqui, você nem imagina! estamos juntas e veremos florescer tudo ❤️🔥
Assim seja porque assim é!
❤️🔥❤️🔥❤️🔥
Que lindas vocês duas nessa prosa e nessa troca. ❤️
eu precisava ler esse texto. obrigada!
eu amo saber disso❤️🔥
mesmo eu já sendo mãe, senti seu texto pegando aqui. obrigada por escrever! <3
muito muito grata, Michele!❤️🔥
Yna, não posso dizer que entendo o que você escreveu, mas queria falar que adorei a forma como você escreve. É honesta e tem um ritmo tão gostoso, me prendeu do começo ao fim. Parabéns pelo texto!
Alli! pra mim é sempre uma coisa maravilhosa “furar a bolha” e perceber que os textos chegam e afetam até quem não vive a mesma realidade! muito grata pelo seu comentário❤️🔥
Eu não estou entre a incerteza de ser mãe, mas sim entre a incerteza de entrar ou não em um relacionamento (o primeiro namoro sério). Eu sei o que sinto por ele, eu sei o que ele sente por mim, e é a coisa mais linda que já vivi. Meu receio é que, eu sou muito muito jovem. Estou entrando na vida adulta agora, tenho que me preocupar com faculdade, vestibulares, cursos, primeiro emprego..., e não sei se há espaço para um relacionamento. Eu sempre lidei muito bem comigo mesma, sempre vivi "sozinha", sempre curti muito a minha individualidade, e pensar em compartilhar minha vida com alguém me assusta um pouco. Estou entre focar no meu futuro e perder um amor (essa é a primeira vez que sinto que amo alguém romanticamente falando).
oi, Giovana! a vida sempre colocando a gente nessa encruzilhada, né? vou te falar de um lugar de quem já esteve nesse momento-entre que você está: um amor não mata nossa individualidade, mas nos faz abrir mão de algumas coisas. o meu conselho seria você entrar nessa relação com leveza. respeitando os seus desejos maiores e vendo se é possível ter os dois mundos no caminho. não sei, eu não decidiria antes de tentar, sabe? de repente vocês encontram uma forma de se relacionar onde as individualidades e os desejos de cada um também tem lugar. mas já estabeleça esse valor agora e se mantenha fiel a ele no caminho. há espaço? continue. não há? volte. espero que te traga um pouco de alívio ler isso ❤️🔥
muito obrigada por isso! Eu realmente não posso desistir antes de tentar, e também não posso me deixar de lado. Tentarei encontrar o equilíbrio entre os dois mundos.❤️
Oi! Eu me sinto assim, deslocada, mas por não querer ser mãe. Tenho medo do meu atual namorado um belo dia virar pra mim e dizer que sim, ele quer ser pai e eu precisar terminar o relacionamento e deixa-lo ir atrás disso. Percebo que já não tenho muito em comum com as amigas casadas e mães, porque eu não sou casada e nem quero ser mãe. Fico imaginando a mesma distância se instalar quando as amigas casadas sem filhos engravidarem… e eu cada vez mais só, comigo mesma. E aí sim, a dúvida: filho é um passaporte pro seleto grupo de mães, festinhas escolares, reuniões de pais e professores? Eu TENHO QUE fazer parte disso pra tentar me encaixar??
Cyndy❤️🔥 tanta coisa passa pela nossa cabeça, né? tudo isso já me atravessa aqui. eu sinto que você não estará sozinha se houver diálogo desde agora. percebi que meu silêncio estava me trazendo essa sensação de solidão ainda mais forte, sabe? depois que escrevi esse texto, comecei a falar com as minhas amigas sobre o que sinto. porque, como toda relação, precisamos descobrir os novos pontos de encaixe que vão surgindo com nossas mudanças. acho que é um bom primeiro passo!