como você pode perceber, eu estou atrasada. normalmente este texto chega até você na segunda-feira às 7h47 da manhã. dessa vez não chegou porque desde quarta passada eu estava na Amazônia. cheguei em casa na madrugada da segunda e precisei de um tempo de decantação e descanso. aprendi a respeitar meus tempos e isso tem tido um efeito muito potente na minha vida. e é sobre isso que eu quero te falar enquanto conto tudo o que vivi na segunda edição da Amazen Liderança Feminina.
a primeira coisa que quero dividir com você foi o encontro com a Velha. lembra que numa edição passada te contei sobre a velha louca que te guia? pois então. da primeira fez que estive na Amazônia, o rio estava mais alto e não conseguimos visitar a Samaúma. mas dessa vez foi diferente…
Nildoca, nossa guia-mãe, nos disse que cada Samaúma guarda um espírito ancestral em si, e que essa que visitamos tinha o espírito de uma velha. imagina meu espanto ao ouvir isso justamente dias depois de eu escrever sobre a velha! e quando chegamos perto, além do encantamento com o tamanho da árvore, vimos isso aqui:
encostei minha testa na sua e pedi a benção. e você não vai acreditar: eu a ouvi rindo! juro! e ali ela me disse que dessa vez a jornada seria leve. que era pra eu encarar com mais presença, sem buscar nada. era pra eu permitir que a experiência me atravessasse. eu a abracei e prometi que seguiria seu conselho.
eu já sabia que essa vivência seria diferente porque assim que cheguei em Manaus, menstruei. meu útero segurou dois dias para finalmente soltar em terras amazonas. na hora, me deu um leve medo: como eu guiaria mais de 20 mulheres com a energia mais baixa e introspectiva? mas assim que encontramos com a velha Samaúma, entendi.
eu estava mais presente, mais atenta e disponível. sem a euforia dos dias férteis, pude permitir ser guiada enquanto guiava. fui guiada pela alma, pela energia da floresta e pelo que cada mulher emanava. pude ouvir seus silêncios e permitir que minha velha trouxesse as palavras que cada uma ali precisava receber (o que mais ouvi delas foi isso, inclusive).
nessa edição da Amazen, visitamos mulheres ribeirinhas empreendedoras e líderes. histórias fortes como suas protagonistas. é lindo e encorajador.
uma dessas mulheres é a Dona Marlene, líder e fundadora da comunidade Acajatuba. um detalhe importante: ela se tornou tudo isso aos 16 anos.
na edição passada, Dona Marlene quando perguntada sobre que conselho daria pra quem começava a liderar, disse: “lidere a si mesma primeiro”. eu caí no choro porque era exatamente a frase que vinha repetindo no meu trabalho há poucos meses na época. dessa vez, antes de irmos visitá-la, postei umas fotos no instagram e na legenda citei uma frase que amo de um filósofo francês chamado Michel de Montaigne (mas que eu conheci na abertura do filme Viver a Vida do cineasta Jean-Luc Godard):
e mais uma vez, Dona Marlene diz pra gente o quanto precisamos guardar um pouco do amor que damos para nós mesmas. não podemos doar tudo, é preciso que sobre um tanto. na hora, me lembrei da frase, mas dessa vez não chorei. sorri. sorri por lembrar da velha e por sentir a conexão forte com o que me fez chegar até ali. senti com clareza que estava onde deveria.
eu não vou conseguir te descrever o que é estar na beira do Rio Negro no meio da imensidão da floresta Amazônica. não vai dar para colocar em palavras o que é sentido na trilha sensorial que fazemos e na benção que tomamos do Breu Branco. não sei como te fazer sentir o abraço das águas escuras, os sons e os silêncios da mata e a sensação de estar sendo observada sem saber quem observa. quase impossível te detalhar os sabores sentidos com a comida maravilhosa e o aconchego dos aposentos da Caboclos House. não existem palavras que contemplem o que seu coração sente com o barulho dos pés dos homens indígenas batendo na terra enquanto dançam, dos olhares doces das mulheres que pintam as viajantes com cuidado e delicadeza e da energia mágica das crianças correndo e brincando. fica difícil te descrever a força e o acalanto dos abraços das líderes ribeirinhas que dividem essa experiência com a gente. só permitindo que seu corpo te conduza para sentir cada detalhe que você saberá o que digo.
mas além de te deixar o convite para estar presente na próxima edição, quero dividir uma coisa com você que sinto que pode te ajudar aqui-agora:
eu só vivi essa experiência porque em 2022 eu disse o “sim” mais importante da minha carreira. eu aceitei o convite da Marina e da Letícia da Amazen sem ter nenhuma clareza ou segurança. eu disse “sim” sem nunca antes ter feito uma guiança presencial, sem saber o que levaria, sem nunca ter estado na Amazônia… eu não tinha nada, apenas o meu “sim”.
aceitar esse convite me fez correr atrás de pensar em como trazer para a presença algo que só existia virtualmente. a primeira edição já foi muito linda e especial, mas eu ainda estava entendendo esse caminho. nessa segunda, me senti mais forte, mais segura, mais inteira. fui mais preparada porque já conhecia o ambiente e suas possibilidades. dessa vez, eu senti a presença da minha guiança.
e saiba: em vários momentos eu duvidei de mim. em vários momentos me perguntei o que estava fazendo lá. e em todos eles eu fui minha maior aliada. me acolhi, me fiz olhar em volta, me relembrei que aquelas mulheres confiavam em mim e que eu sabia o que fazer. em nenhum momento eu soltei a minha mão.
o que eu ouvi das 22 mulheres que viveram essa experiência, além de ter sido lindo e emocionante, me trouxe ainda mais ideias e possibilidades para a próxima edição. o trabalho não para. ele muda e se molda a cada momento.
o que eu quero que fique com você disso é: não espere ter tudo pronto, isso é uma ilusão. permita que a vida te surpreenda com possibilidades que você jamais poderia sonhar. e quando elas aparecerem, diga o maior “sim” da sua vida mesmo sem saber ao certo pra onde está indo. eu prometo: você vai entender assim que entrar no caminho.
nós navegamos pelo Rio Negro sendo conduzidas pela Nildoca, pela Ary e pelos canoeiros. nós não conseguíamos discernir um lado do outro, uma “rua” da outra, uma planta da outra… não fazíamos ideia do caminho, apenas nos colocávamos dispostas a viver a experiência, confiando na condução. talvez seja isso que você precise agora: entrar na canoa preparada (água, óculos, corta-vento e protetor solar estavam sempre na mochila) e confiar na condução.
talvez seja isso…






antes que eu me esqueça…
eu vou dar um tempo na agenda de mentorias para me dedicas a dois novos projetos (um deles será presencial, me aguardem). por isso, abri apenas mais uma vaga para início agora em Junho! bora finalmente colocar sua vida em movimento? você encontra os detalhes e o link para marcar um café comigo aqui.
o vlog deu uma pausa porque outro projeto está nascendo: Vida Desejante, o podcast! muitas de vocês me disseram que amam podcasts e que sentem falta de quando eu tinha o cafeyna. pois estaremos de volta a esse formato a partir de Julho!
quero te lembrar que se você é patrocinadora desta news, garantiu 60% de desconto no meu curso mais querido, o Curadoria. atualmente, apenas minhas mentoradas tem acesso. ele é o centro da minha metodologia, um curso gravado com um material complementar profundo e prático. eu não entrego o que não consumiria, portanto prepare-se para um mergulho. não é pra quem deseja respostas rápidas ou analgésicas. é pra quem está disposta a trabalhar em si. para garantir o desconto e receber edições inéditas aqui da Desejante, clique aqui.
curadoria da semana:
a playlist que foi muito ouvida e vivida esses dias. criei especialmente para as vivências presenciais! ela ainda está sendo alimentada, mas senti de compartilhar com vocês!
Yna, tô super afim disso que vc falou aqui “quero te lembrar que se você é patrocinadora desta news, garantiu 60% de desconto no meu curso mais querido, o Curadoria. “ , cliquei no link e não achei… como faço, por favor?
Que linda, Yna! Obrigada por sua partilha que nos inspira tanto!