tempos atrás, sonhei que a Scarlett Johansson estava com cólica na minha casa. vestia um moletom cinza, sua barriga estava inchada por conta da menstruação e eu dava a ela um ponstan, remédio que eu tomo quando a dor ataca.
escrevi no meu bloco de notas: “todas as mulheres menstruam em algum momento”.
eu sei que essa frase é um tanto excludente, mas foi o insight que tive quando acordei de manhã depois do sonho. não vou escondê-lo de você para parecer mais correta. só depois de abrir o texto e reler a frase que encontrei a problemática e prometi que ela só moraria ali, na aba de rascunhos. mas, mais uma vez, estou aqui me abrindo pra você.
só porque essa frase, apesar de não ser das melhores, me faz sentir o que senti no sonho. ver uma grande estrela de Hollywood de moletom cinza e cólica na minha casa foi um recado bem direto do meu inconsciente.
talvez você também tenha a mania besta de esquecer o lado humano de quem admira. natural. você sempre vê essa pessoa bem vestida, premiada, maquiada, elogiada, de bom humor. nas poucas vezes que você a vê num dia ruim, ela está estampando páginas de fofocas e vídeos de react dizendo o quão insuportável e estrela (no péssimo sentido da palavra) ela é. do céu ao inferno num piscar de olhos.
essa semana vi uma jornalista que expôs uma entrevista que fez com a Anne Hathaway onde a atriz claramente não estava num bom dia. a jornalista diz que foi horrível a maneira como foi tratada, que se sentiu super mal. no dia seguinte (se eu não me engano), postou outro vídeo dizendo que Anne entrou em contato com ela pedindo desculpas e explicando tudo o que estava vivendo naquele dia. terminou convidando-a para entrevistá-la uma vez mais.
no vídeo, Anne não é rude. simplesmente não se envolve no jogo da entrevista. responde em poucas palavras e com a voz baixa. quando a entrevista acaba e ela se vira, dá pra perceber que é simplesmente uma mulher se concentrando para não permitir que seus sentimentos transbordem. quem nunca trabalhou segurando o colapso emocional na garganta? eu já. e com certeza não foi meu dia mais simpático.
“artistas recebem milhões para dar essas entrevistas, faz parte do trabalho deles”, diz a jornalista em algum momento. “se não quiser tirar foto, escolha outra profissão”, dizem muitas pessoas quando seus ídolos recusam uma selfie. e toda vez que ouço isso, me pergunto: por que normalizamos transformar pessoas em produtos?
depois reclamamos do excesso de consumo, de individualismo, de falta de afeto, de empatia. onde, no nosso comportamento, também moram essas coisas?
quando eu tinha uns 12 anos, pedi uma foto para a Paula Toller, cantora do Kid Abelha. eu não era fã, mas era alguém famoso, né? ela não foi simpática. sorriu apenas para a foto. eu e minha irmã saímos falando mal dela pra todo mundo. “chata, arrogante, antipática”. hoje eu penso que talvez aquela fosse uma mulher cansada entre um show e outro, doida pra chegar em casa, tirar os sapatos, o sutiã, o sorriso, tomar um banho quente e curtir o dia com os seus.
hoje estou com cólica. minha barriga está inchada, eu não tenho a mínima vontade de me maquiar ou vestir qualquer coisa que não seja larga e macia. me olho no espelho e lembro da Scarlett. em momentos como esses, somos apenas duas mulheres. quer dizer: somos sempre apenas duas mulheres.
na primeira versão do Curadoria, meu curso de autoconsciência e criatividade, tinha um exercício que hoje quero trazer pra você. acho legal falar que, coincidentemente, vi o
sugerindo esse mesmo exercício dia desses. eu amo quando estou em sintonia com quem admiro.é o seguinte: escolha 3 pessoas que você admira muito. não vale ninguém da sua família, ok? alguém do seu ramo profissional, uma celebridade, alguém bem grandão! divida uma folha em 4 blocos. em cada bloco, escreva o nome de uma celebridade e no último, escreva o seu. embaixo de cada nome, faça duas listas. uma das coisas que você admira, outra das coisas que você não admira ou não concorda, não gosta, faria diferente.
a ideia não é diminuir ninguém. mas relembrar a humanidade das pessoas que você admira e as aproximar de você. pra que você perceba que não é tão diferente assim e que já tem o que precisa para começar o seu caminho.
se fizer, me conta como foi? quero mesmo saber!
agora eu te pergunto:
você já sonhou com alguma celebridade fazendo algo estranho na sua casa? dia desses eu sonhei que dançava valsa com o Nicolas Cage. JURO POR DEUS. agora me conta de você pra eu me sentir menos sozinha, vai!
antes que eu me esqueça…
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curadoria da semana:
esse texto da
decifrou alguns enigmas internos por aquidá uma espiada na primeira edição da Dramáticas, a nova seção exclusiva das patrocinadoras desta news:
os vídeos do Tiago (que já citei por aqui hoje) tem me feito companhia na hora de correr na esteira me trazendo vários insights e muitos confortos.
Penso a respeito disso, como a gente acaba colocando em um pedestal não só pessoas famosas mas também aquelas que admiramos e estão alguns passos a frente de gente..isso nos faz esquecer que são gente como a gente, que sentem medo, dor, frio. Ultimamente Sempre que me pego no pensamento de comparação ou me sentindo inferior a alguém, faço o exercício de tentar imaginar como aquela pessoa deve estar se sentindo em relação a ela mesma, isso me traz para realidade de que aquela pessoa pode ser tão cheia de dúvidas e incertezas quanto eu.
E compartilhando um sonho com famoso..Nesse final de semana sonhei que o Vin Diesel estava apaixonadissimo por mim e queria relacionamento sério. Mas no final do sonho acabei dando um fora nele e contei que era casada a 10 anos, não podia me comprometer. Acordei rindo demais desse sonho..adoro velozes e furiosos, mas faz tanto tempo que não assisto,
não faço ideia de onde meu inconsciente tirou essa referência..hahahaha