essa semana eu vou pegar o avião e cruzar o país para guiar a segunda edição da Amazen Liderança Feminina na amazônia. eu sou tão orgulhosa desse trabalho, gente! eu não sinto que na primeira edição eu percebia a dimensão do que ele era.
quando algo muito bom acontece na minha vida, eu tendo amenizar o seu tamanho. uma pequena defesa que minha mente criou depois de idealizar tantos cenários quando fazia meus testes como atriz, receber um sucinto e gigantesco “não” e ter que lidar com o vazio que ele trazia.
me tornei avessa a expectativas e celebrações de conquistas. se alguém ao meu lado se empolgasse, aquilo me irritava profundamente. e também me irritava quando as pessoas vinham me perguntar como estava indo a carreira de atriz e eu não tinha como responder que estava indo bem.
a Ynara de 20 e poucos criou uma barreira em volta do seu sentir. ela fez o que pode com as ferramentas que tinha para tentar se proteger. porque ela ainda não sabia que tinha mesmo é que se encarar e nutrir internamente sua força. ela também não sabia que todos aqueles “nãos” não a definiam e não diminuíam sua capacidade. ela não sabia como se firmar em si. ela nem sabia que precisava fazer isso. ela só buscava validação aos olhos e réguas do outro.
aqui aos 33, eu sigo no trabalho de derrubar essa muralha que ela construiu e trocar por uma membrana que filtra, mas não bloqueia. te escrevi sobre isso aqui. eu sigo reivindicando o meu direito de sentir.
essa semana eu ouvi um episódio do podcast De Carona na Carreira entrevistando a Ana Paula Padrão. Thais, a entrevistadora, perguntou se Ana tem a síndrome da impostora e ela respondeu que quem não tem, está mentindo.
caso você seja minha aluna ou já tenha acompanhado alguma aula minha, sabe que eu gosto de dizer que ninguém tem a síndrome da impostora. e que, inclusive, ela não é uma síndrome porque não é uma patologia. o termo correto é fenômeno.
a síndrome da impostora é mais uma camada no trabalho nada sutil de opressão feminina. afinal, a partir do momento que você recebe esse diagnóstico, você tem a sensação de que sua falta de confiança está justificada. e que é algo muito mais forte do que você, é uma síndrome! e assim vamos criando e fortalecendo uma narrativa de que todas as mulheres se sentem uma farsa. e você se sente praticamente obrigada a encontrar essa sensação dentro de você.
sabe aquela cena de Meninas Malvadas onde a Regina, a Gretchen e a Karen estão se olhando no espelho e falando mal de alguma coisa que não gostam no próprio corpo e quando elas percebem que a Cady não disse nada, se viram pra ela e a encaram como quem diz: “sua vez”?
Cady se vê obrigada a buscar um problema em si. sua primeira resposta é bem ingênua: dizer que tem mau hálito de manhã, como todo ser humano que habita este planeta. mas aos poucos, ela se tornará uma expert em encontrar e afirmar suas falhas estéticas.
assim como no mundo real, nos tornamos especialistas em construir nossa personalidade em cima de síndromes e fenômenos criados por pessoas com o único objetivo de frear potenciais.
não estou dizendo que inseguranças não existem. eu concordo com a Ana Paula que quem se diz 100% seguro e confiante provavelmente esconde alguma coisa. porque como seres humanos nós não somos 100% nada. sempre existe uma pontinha do sentimento oposto em cada sentimento sentido.
quando você decidir dar um passo de ousadia, você terá medo. vai passar pela sua cabeça que talvez você esteja louca e que é melhor deixas as coisas como estão. você vai se questionar se dará conta, se é boa o suficiente, se não tá inventando coisa… e você fará tudo isso porque vive num mundo patriarcal há mais ou menos 5000 anos, onde a expressão feminina é colocada em cheque sempre que emerge das profundezas. algo no seu dna sente medo. louca, histérica, mentirosa, chata, inconsequente. tudo isso por simplesmente dizer o que pensa e criar o que sente.
ouvi esses dias de uma amiga que a inquisição não acabou. se antes queimavam nossos corpos, hoje queimam nossa reputação e sanidade.
eu quero que você entenda que aceitar o diagnóstico de impostora é corroborar com uma sociedade que silencia e descredibiliza a expressão feminina.
escolher ocupar seu espaço no mundo é um ato revolucionário. e como em toda revolução, você terá inimigos poderosos tentando diminuir sua força. você vai realmente aceitar um diagnóstico criado por eles e recuar?
você vai realmente deixar suas criações morrerem de desnutrição porque todo o seu tempo e atenção estão voltados para consumir conteúdos que reforçam suas falhas?
você vai mesmo privar o mundo da sua medicina porque uma vez te disseram para desistir?
não me parece uma forma muito proveitosa de aproveitar essa chance que chamamos de vida…
essas palavras não são apenas para você. são para mim também. a velha louca que me guia me dá essa bronca todas as vezes que choro de pena de mim mesma. ela me levanta da cama, me faz lavar o rosto, sentar a bunda na cadeira e trabalhar. “você não está aqui a passeio, minha filha!”.
na primeira edição da Amazen, eu estava mais insegura do que agora. eu não fazia ideia do que iria encontrar e ainda não tinha conhecido a Yna versão eventos presenciais. eu fui com bastante espaço na minha bagagem para aprender e confiando que minha pequena maleta de ferramentas seria suficiente. e foi! mas não é mais.
agora eu aumentei o tamanho dela porque novas ferramentas foram adquiridas e eu precisava de mais espaço para acomodar os próximos aprendizados. eu tenho entendido mais quem é a Yna mentora e ela tem me mostrado como ela gosta de se vestir, se comunicar e se expressar. ela quer ser vista e eu estou abrindo espaços para que isso aconteça.
minha missão é nutrir meu corpo, minha mente e meu espírito para permitir que ela conduza o caminho. ela, a alma, a que sabe. se eu deixar que síndromes e rótulos me definam, eu poluo o que tenho de mais precioso: o nosso canal de comunicação e expressão.
você não é uma impostora. você é simplesmente uma mulher.
“- Angela, você é infame!
- eu não sou infame! eu sou uma mulher!”
(o trocadilho só funciona em francês, mas a ideia é universal)
antes que eu me esqueça…
eu decidi presentear você que assina gratuitamente esta newsletter com uma coletânea de 8 aulas sobre autoliderança e autonomia feminina. mentalidade, comunicação, vendas e criatividade estão entre os temas. para acessar, é só clicar aqui! aproveite!
se você é patrocinadora desta news, garantiu 60% de desconto no meu curso mais querido, o Curadoria. atualmente, apenas minhas mentoradas tem acesso. ele é o centro da minha metodologia, um curso gravado com um material complementar profundo e prático. eu não entrego o que não consumiria, portanto prepare-se para um mergulho. não é pra quem deseja respostas rápidas ou analgésicas. é pra quem está disposta a trabalhar em si. para garantir o desconto e receber edições inéditas aqui da Desejante, clique aqui.
é bem provável que eu dê um tempo nas mentorias individuais. não é papo de marketing, esse tempo será necessário para nutrir outros 2 projetos que estão nascendo e renovar minha criatividade. portanto, se você flerta com a minha mentoria, mas ainda não sabe se deseja um relacionamento, te encorajo a agendar um café comigo pra gente ver se dá match! o café é por minha conta, para agendar é só clicar aqui. serão apenas 3 horários disponíveis antes da pausa-criativa. te espero!
curadoria da semana
eu e Lucas começamos a assistir Ted Lasso e eu estou simplesmente apaixonada! que série gostosa, gente! é leve, engraçada e com profundidade na medida certa! recomendo muito. tá disponível na AppleTV.
a minha professora de cerâmica é uma mulher foda e uma artista fenomenal, olhem isso! ela faz cerâmica, roupas, luminárias, chapéus… eu tô encantada!
esse mês de maio vocês ainda tem desconto na Ares usando meu cupom YNARA10! aproveitem porque tem novidade no site (eu já garanti as minhas)!
quantas palavras falaram ao meu coração!!! por aqui a vida tbm requer de mim uma coragem para os projetos novos. só essa semana me vi com medo algumas vezes e querendo voltar ao lugar confortável. mas preciso olhar e ver que são justamente esses projetos que pedi no ano passado e eles já começaram a acontecer. é agora. Obrigada pelo texto de hoje.