O sol entrou em câncer e de repente eu me vi ouvindo o álbum ao vivo do Armandinho. Lembra dele? Cantor de reggae que ficou famoso nos anos 00? Eu amava! Afinal, eu era a adolescente de brinco de pena e colar de semente de açaí…
Cantei a plenos pulmões enquanto arrumava a mala para ir visitar minha família na mesma cidade que essa adolescente viveu sua história.
Eu não sou nostálgica. A verdade é que fujo completamente desse sentimento porque detesto a melancolia que chega junto. Tema de terapia e de astrologia: eu preciso integrar meu lado pisciano. Meu sol é na cúspide. Brinco que sou pisçáries. Grau 0,16 de áries E na casa 12. Você que não entende nada de astrologia, eu traduzo: basicamente tenho um pé na brabeza, na impulsividade e no fogo no c* e outro na nostalgia, nos sonhos e na brisa. Vivo nessa fronteira. Dupla cidadania astrológica.
Ultimamente eu tenho tido saudade (Tiago Iorc acaba de cantar “saudade boa” no meu celular bem no momento que escrevo essa palavra) da vida sem pressão. Quando a única preocupação era se o episódio de Castelo Rá-Tim-Bum seria repetido ou inédito. Sabe?
Ser adulta é se lembrar todos os dias de que existia um momento que a vida era mais fácil. E logo em seguida se lembrar de que você ainda não tinha autonomia para viver e fazer o que desejasse. E aí você se toca que você tá mesmo é cansada de se responsabilizar por suas escolhas, mas que se não for você quem escolhe, alguém fará isso por você e pronto: você volta a ter horário para comer, dormir, usar a internet discada e voltar pra casa. Você volta a desejar ser “todo mundo” porque ser diferente é muito chato. “Bom mesmo é ser igual e pertencer!” Sim, na adolescência é mesmo. Mas você bem sabe que na vida adulta essa é a maior prisão que existe.
Por isso que eu detesto a nostalgia: ela romantiza as experiências e faz a gente pensar que bom mesmo era viver no século XVIII de Maria Antonieta excluindo totalmente que na cidade de Paris os franceses morriam de fome e iniciavam um a revolução. E no Brasil a escravidão rolava de vento em popa!
Uma das minhas séries preferidas é Outlander. Eu sinto que ela pisa em cima da nostalgia com gosto nos mostrando a realidade nua e crua de viver nesse tempo.
E tudo bem, não precisamos ir muito longe:
até 2015 o Plenário do Senado brasileiro não tinha banheito feminino
apenas em 2011 o STF passou a reconhecer união estável para casais homoafetivos
até 1962 mulheres casadas só podiam trabalhar com autorização do marido (por lei)
até 1983 as mulheres eram proibidas POR LEI de jogar futebol
Achar que o passado era melhor é a mesma coisa que terminar um relacionamento marromeno e querer voltar porque só as memórias boas parecem aparecer na sua mente.
Portanto, deusa, prestenção: o sol está em câncer e a vontade de romantizar o que já não existe será gigante. Não olhe nos olhos dela!!! Lembre-se de tudo o que você passou para chegar no aqui-agora. Saudade boa é aquela que vem junto de um sorriso e uma suspirada, não a que te faz sentir que o hoje não tem mais sentido.
As coisas estão, sim, caminhando, evoluindo e melhorando. É só a gente pensar que nossas avós nem imaginavam viver como vivemos hoje…
Eu quero saber de você: como é sua relação com a nostalgia? Me conta nos comentários?
Dicas nostálgicas:
Assista Gilmore Girls (netflix) e/ou Sex And The City (HBO). Eu amo! E algumas coisas que vejo, penso: “ainda bem que evoluímos nesse sentido!”
Eu amo ouvir playlist de pop anos 00 na academia porque sei a letra e isso me motiva. Aqui uma playlist boa!
Essa versão na abertura de Castelo Rá-Tim-Bum pela Brasil Jazz Sinfônica me arrepiou inteira e me transformou numa senhora conservadora que disse que “as crianças de hoje em dia não sabem o que era bom”
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Acho que meu mapa cheio de gêmeos me ajuda a equilibrar essa fase astrológica, mesmo tendo Vênus e Marte em câncer, meu gêmeos insiste em olhar mais para o presente e futuro, a minha nostalgia sempre vem de forma leve e, nesse momento, tá se manifestando através das séries, to maratonando minhas séries favoritas dos anos 80/90 e curtindo muitooo!!
Que News! E esse gran finale com Castelo Ratimbum, voltei no tempo de um jeito muito lindo. A criança interior agradece e saltita toda! Haha! Beijo no coração Yna! Beijos de nostalgias suspirantes de tão felizes!