toda sexta-feira era dia de ir na locadora. eu e minha mãe escolhíamos um filme que agradasse nós duas e um que agradasse também o meu pai (qualquer um com carros correndo, perseguições, tiros, investigação. basicamente, qualquer filme com o divo Denzel Washington).
quando alguma amiga fosse dormir em casa, a categoria de filmes para a ocasião era comédias românticas. e foi numa dessas escolhas aleatórias de um filme gostosinho para assistir a tarde comendo pipoca e brigadeiro com as amigas que eu conheci a Molly.
eu tinha uns 13 anos e vi nela tudo o que eu queria ser quando fosse adulta. dizem que você é realmente descolada quando meninas de 13 anos tem essa sensação sobre você. Molly conseguiu.
se você ainda não assistiu, vou te dar um breve resumo. e te adianto que o que vamos falar aqui é algo que só percebi quando adulta…
Molly é orfã e herdeira. seu pai era um astro do rock e morreu num acidente de avião, junto com sua mãe. ela tinha 8 anos. foi traumático, difícil, mas foi há bastante tempo. então, encontramos já na primeira cena uma mulher extremamente feliz vivendo uma vida de princesa. mas logo ela descobre que seu contador deu um golpe e fugiu com todo seu dinheiro. Molly decide (por pura necessidade) arrumar um emprego e se torna babá de Ray, uma menina de 8 anos que se comporta como uma senhora hipocondríaca de 70.
20 anos atrás, eu não tinha repertório para entender as entrelinhas desse filme. eu só me divertia, sonhava em ser a Molly e chorava no final.
mas muito mais que um filme de sessão da tarde, Grande Menina, Pequena Mulher (Uptown Girls - 2003) é um filme sobre adultecer.