Salada me deixava ansiosa.
Uma breve história sobre o que você acha que precisa fazer para enfim poder desfrutar.
Na minha família sempre tivemos o hábito de comer salada antes do prato principal. E tudo bem, eu realmente gosto de salada. O problema aparecia quando o prato principal era algo que fazia meus olhos brilharem e minha boca salivar. Provavelmente algo de origem italiana: massa, risoto e muito queijo.
Quando isso acontecia, a salada me deixava ansiosa. Eu queria mergulhar no prato principal direto, mas sabia da importância de comer minha dose de verdura diária. E eu sabia disso porque desde criança minha mãe me contava que existiam alimentos que fortaleciam os “bichinhos bons” que cuidavam do meu corpo. E eu levava MUITO a sério a saúde desses pequenos e poderosos bichinhos.
Mas conforme fui crescendo, eu sabia que se ficasse sem comer salada um dia ou outro, nada aconteceria de ruim ao meu exército interno particular. O problema é que já tinha se tornado um hábito e eu me sentia esquisita em mudá-lo. Era estranho poder fazer as minhas próprias escolhas.
Então eu engolia a salada o mais rápido que podia para enfim me deleitar com o que estava desejando desde o momento que sentei à mesa.
Até que um dia eu percebi que salada estava me deixando ansiosa. E que eu tinha nas minhas mãos o poder de desassociar esse sentimento de um simples prato de comida: era só dizer “não”.
Você já percebeu que esse texto não é mais sobre salada, né?
É sobre como arrastamos velhos hábitos pela vida sem ao menos questioná-los. Sem parar para revisar se eles ainda se encaixam na versão que somos hoje. Porque você bem sabe que a cada nova descoberta de mundo, nós mudamos um pouco mais.
E também sobre como estamos condicionadas a adiar prazeres. Como se para chegarmos até ele, precisássemos encarar obstáculos. Não me entenda mal, eu não sou uma alienada que acha que só devemos fazer o que temos vontade - acho mesmo o que mundo seria bem doido se fosse assim. Mas eu não quero mais acreditar que para eu merecer desfrutar, eu preciso me privar, sofrer, sacrificar.
Eu acho que ao invés de nos estressarmos com as saladas do caminho, podemos aprender a colocar um molho especial e desfrutá-las também. Acredito que é possível adicionar uma pitada de prazer até no que “precisa ser feito”.
Mas só conseguimos fazer isso quando começamos a questionar velhos hábitos e responder uma questão muito simples: “faço isso porque escolho ou faço isso porque tô acostumada?”
Salada deixou de me causar ansiedade quando passei a escolher comê-la ou não. Dependendo da minha vontade, do meu desejo, do meu humor, da minha necessidade.
Até porque uma salada é apenas uma salada. O resto é ruído.
Não, e detalhe…
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✨ se sentir, deixa um comentário me contando se você também já ficou ansiosa com uma salada?
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Minha vez de vir aqui te visitar no seu cafofo e te colocar entre aspas “ao invés de nos estressarmos com as saladas do caminho, podemos aprender a colocar um molho especial e desfrutá-las também” e dizer que eu amei isso!
A suculência sempre chegando junto para transformar tudo, inclusive a ansiedade da salada, dos ruídos e dos “temos que” em oportunidades para sermos ainda mais irremediavelmente nós, donas do nosso nariz, dos nossos desejos e das nossas escolhas que, junto com a gente, podem e devem ser transformadas.
Descobri que dá pra ler no Substack em modo avião - só melhora essa história aqui! ❤️