a primeira parte de uma longa história
que eu escondi de você e de mim por tempo demais...
eu não sei se você sabe, porque talvez você esteja aqui há pouco tempo, mas eu sou iniciada na magia natural. sou também oraculista, utilizo o tarot como ferramenta e uma voz nítida e límpida como guia.
e eu sempre tive muito medo de falar sobre isso.
mas depois de duas crises alérgicas seguidas onde a parte mais afetada do meu corpo foi a voz, eu senti quase um empurrão para te contar algumas coisas ainda não ditas sobre mim. e elas também falarão sobre nós. sobre o porque eu e você nos ligamos no meio desse oceano gigantesco de informações.
o que te contarei aqui será a primeira parte. aquela mais vista e mais palpável. mas se você é uma das que escolheram patrocinar esta newsletter, prepare-se: você receberá uma segunda parte com detalhes de como muitas informações de uma vida específica chegam a mim há anos como peças de um quebra-cabeça que sigo montando sem nunca ter pedido para saber de nada. já sei muito (inclusive um endereço. sim. um endereço) e recentemente, mais uma novidade me foi apresentada. mas isso é papo pro nosso círculo íntimo de comadres…
2019 foi aquele ano em que eu decidi dar um basta em muitas coisas e um início em outras tantas. além de ter sido meu último ano como atriz/garçonete, foi meu primeiro ano dedicada de verdade à me descobrir espiritualmente.
eu fui uma criança muito criativa, lúdica, imaginativa e sensível. nunca vi espíritos ou algo do tipo, mas ouvia meu anjo da guarda, sentia a presença de Jesus e Nossa Senhora com frequência (eu costumava me dizer católica) e tenho uma lembrança muito nítida de conseguir imaginar (ou me transportar?) pra um castelo furta-cor que ficava nas nuvens. eu era a princesa desse castelo lindo que eu sentia como real e até hoje sinto muito por não conseguir voltar pra lá. era muito gostoso estar ali!
ah! eu também acreditava numa fada específica que morava numa estrela específica que via da minha janela. ela até me deu um cofrinho da Barbie! tá. ok. isso aqui foi uma interferência direta da minha mãe que me deixava bilhetinhos pela casa dizendo que eram da fada e me trouxe o presente para me manter acreditado na magia. e eu acho isso lindo!
inclusive, foi minha mãe que me incentivou a perguntar pro meu anjo da guarda seu nome. ela disse que eu ouviria. e ouvi: Rahael (rarrael).
minha avó paterna, Maria Fé, era católica de verdade. me dava terços bentos de presente e tudo! inclusive, fiz minha primeira comunhão para deixá-la feliz. funcionou. mas depois ela ficou triste que eu não quis crismar. ela era filha de um homem português com uma mulher preta.
minha avó materna, Abadia Maria, era espiritualista. sua casa tinha imagens de santos católicos e orixás. ela dava passe, fazia garrafadas, vaporização do útero e recebia o Pai João. ela era filha de um homem indígena com uma mulher branca.
meus pais não são religiosos. papai é cético, como bom capricorniano. mas acredita em Deus e já fez uma cirurgia espiritual com Chico Xavier (o único em quem acreditava) e se curou. mamãe tem uma fé danada, igual vó Abadia. mas odeia dogmas e não acredita em religiões. com ela, frequentei igrejas, centros espíritas e budistas.
quando saí de casa, comecei minha própria busca. frequente diversos terreiros de umbanda porque achava que ali seria o meu lugar. apesar de gostar muito, não me encontrei ali. fui também em muitos centros espíritas kardecistas. adorei! mas não me encontrei também. não me encaixo nas religiões cristãs de forma alguma. e, sim, já frequentei missas, cultos e estudos bíblicos. quando morei no Rio, frequentei umas reuniões do budismo de Nitiren Daishonin. também gostei, também não me encontrei.
e aí chegou 2019.
minha amiga
me convida para trabalhar com ela na produção de um curso de iniciação à magia natural. em troca, eu faria o curso e sairia de lá como uma bruxa iniciada. aquilo me intrigou, me chamou e eu topei.o cronograma de aulas incluía conhecer a magia das ervas, leitura de aura e baralho cigano, princípios e história da magia, elementos e elementais, rituais e feitiços, etc. a criança de dentro de mim gritou de emoção! estava animadíssima. já a adulta estava… bem, eu estava me cagando de medo.
a primeira coisa que aprendemos é que magia natural não envolve amarrações ou qualquer outra patacoada que interfira na liberdade, no espaço e na autonomia das pessoas. também não envolve crueldade. nada de vibração negativa está relacionado a nossa prática.
a magia natural é a que trabalha e se guia pela a natureza: elementos, estações, ervas, cristais… nenhuma deidade ou divindade é obrigatoriamente cultuada. apenas a natureza.
a sacerdotisa que nos guiou era a Ly, uma mulher maravilhosa que me acolheu quase como uma filha mesmo. ela sabia do meu receio. eu sempre tive medo da porta levemente aberta que tenho entre os mundos.
num primeiro momento, estava encantada com os apetrechos: caldeirão, amuletos, baralhos, cristais! muitos brinquedos novos! depois, me encantei com as descobertas: animais de poder, nome mágico, meu próprio elemento (chocando o total de 0 pessoas, sou uma bruxa do fogo). me sentia em Hogwarts!
até que um dia, aconteceu algo que me fez entender a força do que estava vivendo.
fizemos uma preparação de uma semana para a aula de leitura de aura. não vou descrever o preparo porque sou uma bruxa responsável.
no dia, vivi duas coisas no meu corpo que me deram um outro panorama do que eu era capaz de acessar. a primeira foi num exercício onde eu segurava um cristal em cada mão. e agora não me lembro o que a minha dupla me perguntava, mas eu me lembro da minha mão esquerda não abrir por nada no mundo. mesmo eu fazendo uma força danada ou quanto tentei abrir com a outra mão. não ia. parecia que estava colada. a única que conseguiu abrir com paciência e cuidado foi a Ly.
a segunda é mais forte. diante de um relato de um dos alunos, me veio nitidamente uma mensagem para dizer pra ele. eu gelei. comecei a desviar o pensamento e dizer para mim mesma que era coisa da minha cabeça. mas a voz dizia clara e objetivamente: “apenas diga! não é a sua cabeça. diga!”. e eu disse. era uma mensagem de sua mãe que havia falecido há um tempo. pedi licença para dizer e disse. ele caiu num choro compulsivo. eu fiquei apavorada. a Ly nos acolheu, tudo foi se acalmando. mas é importante dizer que ele não apareceu mais com a frequência de antes.
eu fiquei mal. me arrependi de ter dito o que ouvi, mesmo sabendo que eu deveria ter dito. me assustei com esse canal aberto. e falei pra mim mesma: “é por isso que eu não mexo com essas coisas. eu não quero essa responsabilidade!”.
apesar de, eu me iniciei. bruxa do fogo com um nome ligado à uma deusa que amo hoje, mas não conhecia na época, e que é a representante do caos, ciclo de vida-morte-vida.
em 2020 eu abri minha agenda de tarot. e fechei meses depois. por que? porque eu queria fazer uma leitura terapêutica, mas acabava vendo muito além. disse pra uma consulente que ela mudaria de emprego e cidade. ela me mandou um áudio comemorando a promoção e a mudança. eu fiquei feliz? sim. eu tremi na base? também.
eu tive medo. eu não quis arcar com a responsabilidade de enxergar além. e eu parei ali o meu caminho. pelo menos ao público. para mim mesma, amigas muito próximas e familiares, eu continuava (e continuo) com as leituras.
recentemente fiz algumas para uma pessoa da minha família e recebo frequentemente as mensagens dela me contando que o que eu vi está acontecendo. o Lucas, meu namorido, ri e me olha com uma cara de “já falei pra você parar de conter”.
e foi esse ano que eu decidi parar de conter.
eu não queria voltar apenas com as leituras de tarot. eu escolhi trazê-las para compor o novo formato da minha mentoria.
eu também não queria utilizar apenas o tarot. eu escolhi ativar a conexão oracular também com o corpo e trabalhá-la mais abertamente nas vivências presenciais.
não serei mais uma mentora das ideias, apenas. adentro ao espaço das mentoras que integram os cinco elementos: o ar que visualiza, o fogo que age, a terra que constrói, a água que conduz e o éter que guia o caminho.
se você, assim como eu, acredita e sente toda essa força, não ficará surpresa se eu te disse que durante a escrita desse texto minha tosse cessou e o peso da minha cabeça sumiu.
se você, assim como eu, acredita e sente toda essa força, saberá reconhecer que não está aqui por obra do acaso. quando um texto, vídeo ou podcast meu ressoar com a sua alma, pode ter certeza que ele precisava chegar até você. não porque eu sou uma guru-especial-que-vai-salvar-a-sua-vida (credo! deusa nos livre de gente assim), mas porque eu produzo sempre visualizando que chegue em quem precisa.
não sou dona da verdade ou a mais sábia entre as sábias. sou uma aprendiz, como lindamente pontua minha queridíssima comadre
nesse texto. sou uma feiticeira como Circe. e feitiços são testados, descartados, refeitos com todo sal que nos cabe entre suor e lágrimas (de tristeza, raiva, prazer e profunda alegria). são entregues ao outro com coragem, ousadia e valores. a única intenção é a evolução. se não for para contribuir para que a vida de vocês tenha mais sentido, não me motiva.sou também uma guia. conduzida por uma egrégora espiritual de mulheres brabas. uma cigana de olhar forte, sorriso malicioso e vestes vermelhas que ainda não me disse seu nome está sempre por aqui. Santa Sara Kali, padroeira dos ciganos, me chamou em sonho (contarei em detalhes na parte 2), Hécate me fez forte e Vênus me conduz atualmente ao renascimento, Kali me fez amar o caos e me ensina diariamente a não temer a morte.
e tem ela. que é muito minha. que sou eu. a Velha. com sua pele enrugada igual casca de árvore, seus cabelos brancos e sua gargalhada porreta! ela que olha pra minhas dúvidas com carinho e deboche. que faz tudo parecer minúsculo e fácil de lidar.
ela que vai buscar as 15 mulheres que estarão comigo na vivência presencial de Outubro. algumas ela já trouxe ligeiro. outras ela ainda está buscando.
todos os dias ela me ouve perguntar com medo: “e se ninguém vier?”. e ri me dizendo: “paciência nunca foi seu forte, né, minha filha?”. não foi. não é. e não sei se será, mas pelo menos hoje eu me permito descansar em seu colo confiando que ela não me deixará na mão. porque ela nunca deixa. ela é criteriosa, demora pra decidir. mas nunca, jamais deixa de fazê-lo.
esse texto demorou mais do que o normal para chegar até você porque. enfim. porque precisava ser assim.
sinto uma mistura de alívio com frio na barriga em saber que você chegou até aqui. e uma outra dose gigantesca de gratidão. você que me acompanha lendo, ouvindo e assistindo o que produzo: eu te honro.
você que confiou no meu trabalho e me permitiu te guiar em mentoria, nos cursos e imersões, você que patrocina essa newsletter e que irá na imersão presencial: é graças a você que meu trabalho é possível. é por sua causa que eu continuo produzindo conteúdos gratuitos e espalhando o que sei/sinto/ crio. você que me permite ter os recursos necessários (financeiros e emocionais) para continuar: muito, mas muito grata MESMO. com toda minha alma.
antes que eu me esqueça…
sentiu o chamado da Velha? então vem nos encontrar em Floripa! as inscrições vão até 23/09 ou até todas as vagas serem preenchidas. ah! e uma novidade: eu decidi presentear nossa egrégora com o acesso anual ao Curadoria (curso de ativação da energia criativa) e à minha comunidade (com encontros mensais e uma plataforma recheada de aulas potentíssimas). você garante a sua vaga aqui:
Desejante - a vivência!
·depois de 4 anos guiando mulheres no mundo virtual, chegou a hora de nos olharmos nos olhos. literalmente.
já ouviu o novo episódio do podcast? falei sobre relacionamentos, menina! era pra ser uma fofoca básica, mas acabou se tornando algo muito mais profundo (pra variar hahaha)
minha agenda de mentoria está numa breve pausa por conta da reestruturação. eu tô MUITO feliz com a nova fase que vou compartilhar em breve com vocês. ela está muito mais estruturada e conectada comigo, com a essência desse trabalho. se você deseja entrar pra lista de espera, é só clicar aqui e preencher o formulário.
curadoria da semana:
saiu o trailer da quarta e última temporada da série A Amiga Genial e eu tô que não me aguento de vontade de mergulhar de cabeça. meu Deus, como eu amo a Elena Ferrante, como eu amo Lila e Lenú, como eu amo essa história. e se você ainda não viu, leia os livros primeiro. são meus preferidos da vida! uma obra-prima sem tamanho!
o livro Circe eu já citei algumas vezes pra você e recomendo muito. é um romance mitológico super gostoso de ler e cheio de reflexões potentes!
cês tão assistindo Masterchef? eu nunca perco um! tô amando, como sempre. adoro assistir enquanto faço o almoço!
É sempre uma alegria enorme te ler e te acompanhar.
Quando preciso de força para seguir em frente, me lembro de você. Dos nossos encontros da mentoria, dos seus conteúdos, da forma com que você transmite quem é e compartilha seus aprendizados.
Te honro demais e fico muito feliz a cada leitura da edição de Desejante.
Dá pra sentir o quanto você está em você, e isso é mágico.
Obrigada por tudo, sempre e sempre!!!
Beijos e abraços apertados! ❤️❤️❤️
Amada Yna, sua bruxaria, magia, medicina é de uma força sem medida. Minha admiração por você só cresce, comadre. Que honra ser citada aqui no seu cantinho e saber que nossos trabalhos se entrelaçam de tantas formas. Obrigada sempre!
Te ler me inspira.
Seus movimentos me impulsionam nos meus.
Saiba disso! ❤️