essa semana eu postei um conto inédito por aqui. era para ficar disponível apenas para as comadres-chiques que patrocinam esta news, mas Mercúrio Retrógrado e minha experiência recente demais com esta plataforma liberaram geral!
na hora que soube, gelei. porque já foi bem desafiador publicá-lo para as atuais 5 comadres do nosso círculo íntimo, imagina saber que quase 2000 pessoas teriam a possibilidade de lê-lo?
respirei fundo e pensei: já está feito. ao invés de apagar e tentar desfazer o que já foi, vou lidar com o que estou sentindo que é o que realmente existe.
ao contrário do que minha mete temia, ele foi bem recebido por vocês (muito grata pelas mensagens). o que existe de fato é um cenário muito mais leve, generoso e natural do que aquele que minha mente desenhou. por isso que eu falo tanto pra vocês: ajam. na maioria das vezes, nada do que você fantasia de ruim acontece. e quando acontece, você percebe que tem muito mas recursos do que imaginava para lidar. você não é tão frágil e quebrável quanto imagina…
e agora, vamos ao tema principal desta edição.
escrevi esse conto numa outra fase da minha vida. quando o encontrei nos meus arquivos e comecei a ler, senti a atmosfera daquela época me orbitar. fui procurar a data a criação e lá estava: 11/02/2019, uma quarta às 16:18.
2019 foi o ano que ela determinou três coisas pra si: seria o último trabalhando como garçonete e o ano que realizaria seu sonho de conhecer Paris. e a terceira e mais difícil: seria o último ano tentando conquistar um primeiro grande trabalho como atriz.
ela começou a trabalhar num restaurante poucos dias da semana e nos dias livres fazia freelas como garçonete ou bartender e testes de publicidade ou selftestes em casa para séries. ela também trabalhava como assistente da roommate-amiga-irmã (que hoje é a maior quando o assunto é planejamento&organização),
e como produtora da ExCompanhia de Teatro, ficando pela primeira vez em cartaz no Sesc Paulista, recebendo um salário digno e sendo capa da Ilustrada, na Folha.também foi o ano que aprendeu a jogar tarot, passou pela iniciação em magia natural e começou a levar mais a sério a criação de conteúdo no instagram.



a Ynara de 2019 estava buscando a si mesma. foi ela quem percebeu que sem o título de atriz, não fazia a mínima ideia de quem era. foi ela quem começou a busca que se tornou hoje o meu trabalho.
o conto que escreveu com tanta dureza, aos meus olhos, não fala sobre um outro. fala sobre si mesma. sobre o sonho de uma carreira que se transformou em exigência, cobrança, amarra e dor. ela queria muito que tivesse sido diferente. mas foi como foi. era como era. e tinha chegado a hora de olhar praquela realidade e fazer uma escolha. a mais dolorida e mais acertada que ela já havia tomado.
em 2019 eu achava que não sabia fazer outra coisa da vida senão atuar e carregar pratos. “eu não tenho mais nada para oferecer”, eu genuinamente pensava isso.
trabalhar como produtora me fez conhecer a Ynara líder. montei minha equipe que era composta só por mulheres (todas amigas, todas capricornianas). meus 3 chefes eram homens, 2 deles estavam sempre presentes e formamos um laço de amizade muito massa. tive que resolver BOs, administrar os atores, lidar com o pessoal da administração do Sesc, ficar de olho nos horários, nos objetos de cena…
me iniciar na magia me fez reconhecer minha força interna. era a primeira vez que eu me trabalhava espiritualmente e para me manter firme no caminho, era necessário que eu mergulhasse cada vez mais em mim mesma, descobrindo uma nova relação comigo e fortalecendo meus alicerces. foi o ano que participei da condução de um trabalho energético e até hoje as pessoas que participaram dizer o quanto foi transformador. até aquele momento, eu não sabia que poderia guiar pessoas…
trabalhar nos bastidores do trabalho da Ananda me permitiu aprender sobre o mercado digital e começar a flertar com a possibilidade de entrar nele com meu próprio método. eu não fazia ideia do que seria! não conseguia enxergar nem uma pista! daqui de 2024 eu percebo porque: eu estava vivendo a travessia que anos depois eu guiaria para outras mulheres.
a descida em busca de libertar nossa verdadeira face é uma jornada bem desafiadora. vocês podem ver pelo conto a natureza dos sentimentos que me rondavam. mas quando eu olho para quem eu fui em 2019, eu só consigo agradecê-la pela coragem de ter enfrentado seus dragões.
pelas fotos, parece tudo muito tranquilo. mas por dentro, o caos era intenso. exigia de mim confiança e força para me manter na travessia. eu me irritava facilmente, desconfiava se realmente sabia o que estava fazendo, tinha inúmeras crises de enxaqueca e choro, vivia achando que o Lucas ia me largar a qualquer momento e tinha a sensação de não fazer ideia do que seria da minha vida dali pra frente. mas mesmo assim, me mantinha no caminho. estudando, me investigando, buscando, continuando…
2019 terminou com a minha ida para a Europa, minha iniciação na magia, o fim da minha era garçonete e o adeus ao sonho de ser atriz. 2019 foi o início da gestação que pariu a mulher que sou hoje.
estamos em abril de 2024. eu fecho meus olhos, a abraço mentalmente e agradeço por ela ter me permitido existir.
antes que eu me esqueça…
tenho uma novidade! criei aqui mesmo no substack uma página lindona com as informações da mentoria. se você deseja minha condução na sua travessia, será uma honra pra mim! tenho apenas uma vaga para início agora em Abril e 2 para início em Maio. vamos juntas?
vem assistir o vlog da semana passada! e já se prepara que quinta às 11h tem episódio novo…
em 2019 eu também participei como atriz do clipe do meu amigo Barroso. vou deixar aqui pra vocês conhecerem. a música é mara e o clipe tá lindo!
Ah, Yna, me revejo tanto na tua fala quando vc diz que, naquela época, não sabia quem era sem o título de atriz! Me aconteceu/acontece exactamente o mesmo, mas com design de moda. Me formei, emigrei, nunca exerci, me afastei de tudo. E o que sobra depois disso?
Ver trajectórias como a tua e a da Nan me lembram de que é possível se reinventar sim, e descobrir que somos mais do que um título <3
Obrigada pela partilha :)
São tantas camadas nesse texto que nem sei❣️
Amei assistir o clipe, a sua artista sempre acorda a minha, é incrível.
E é tão sagrado esse processo de honrar o nosso caminho. Sempre me lembro da sua frase que fica aqui na minha mesa de trabalho: "Eu confio na minha guiança". Como confiar se não honro os meus passos? Como confiar se não valorizo a minha história?
Super grata por essa medicina. 🩷