Essa semana Anitta ganhou mais um VMA. Dessa vez foi de melhor clipe latino. Eu, mais uma vez, vibrei pela patroa ariana que eu tanto admiro. E talvez, com essa declaração, eu tenha criado um abismo entre nós. Todas as vezes que digo que sou fã de Anitta, divido opiniões.
Uma vez recebi uma mensagem dizendo: “meu feminismo é mais evoluído” pra justificar a indignação quando fiz um conteúdo sobre como Anitta construiu uma marca pessoal forte e próspera.
Carmen Miranda levou o Brasil à Broadway nos anos 40. Foi imensamente criticada pela população da época por levar uma imagem “esteriotipada” do que é ser brasileiro. Disseram que ela estava vendida e americanizada. Tanto que ela deu sua resposta na música “Disseram Que Eu Voltei Americanizada”:
Mas pra cima de mim pra quê tanto veneno?
E eu posso lá ficar americanizada?
Eu que nasci com o samba e vivo no sereno
Topando a noite inteira a velha batucada?Nas rodas de malandro, minhas preferidas
Eu digo é mesmo eu te amo, e nunca I love you
Enquanto houver Brasil na hora das comidas
Eu sou do camarão ensopadinho com chuchu
Segundo a revista Rolling Stones, essa foi uma crítica que os Beatles receberam no início: "‘Adolescentes, sigam em frente e aproveitem a Beatlemania. Não será fatal e vocês vão dar muitas risadas daqui alguns anos quando encontrar um dos discos ou se deparar com uma foto do Ringo Starr’, escreveu o The Boston Globe”. O ano é 2023 e eu estou com meu ingresso para ir com meu pai no show do Paul McCartney em dezembro.
A luz elétrica foi vista como obra do demônio quando surgiu. Assim como o rádio, a geladeira, a televisão… e agora a internet.
Eu sou uma millenial. Nasci nos anos 90, cresci fã de Mamonas Assassinas e assistindo a banda fazer sua bagunça no programa do Gugu enquanto mulheres seminuas dançavam embaixo de um chuveiro. E logo em seguida, procuravam desesperadamente um sabonete numa banheira. A Xuxa animava um programa infantil de fio dental. E se você assistir o filme Lua de Cristal depois de adulta, a cena da banheira é bem constrangedora quando você se lembra que era uma criança quando viu pela primeira vez.
Quando minha mãe tirava sarro que eu gostava de Felipe Dylon, eu a lembrava que ela era fã de um cara que cantava uma música esquisita sobre um tal de Ursinho Blaublau.
Quando eu acho estranho minha sobrinha dançar passos de tiktok ao som de “roça, roça em mim”, eu me lembro que aos 5 anos eu ralava na boquinha da garrafa no churrasco de família.
O mundo não está perdido. Essa geração não é pior que a nossa. Eles não precisam de salvação. Inclusive, a geração Z sabe impor limites como nenhuma outra! Eles já nasceram simplesmente sendo quem são, mesmo que isso dê um nó na nossa cabeça de quem nasceu antes da internet e precisando agradar todo mundo pra poder existir.
Toda geração atual fala mal da geração que tá chegando. Eu mesma já me peguei pensando que a vida sem internet era melhor, ignorando completamente que foi a internet que me abriu tantas portas e que me permite manter uma proximidade das pessoas que amo e que estão longe de mim.
Tenho visto bastante críticas sobre as músicas atuais. Eu mesma não gosto de muita coisa. MAS dizer que não existe nada de bom atualmente é preguiça de pesquisar, de se atualizar, de apoiar artistas independentes. Sempre tem coisas boas pra todos os gostos acontecendo! Mas é preciso que a gente não espere que caia do céu.
Eu me recuso a viver achando que o momento presente é horrível. Me recuso a viver reclamando, bufando e praguejando aos quatro ventos. Me recuso a viver insatisfeita com o que tenho em mãos. Eu me desafio a todos os dias procurar o que me brilha os olhos, me enche a boca d’água e me faz arrepiar.
Eu agradeço por ter nascido em 1991 e por estar viva nesse tempo. É o meu tempo. Eu o amo como ele é: controverso, caótico, errado, próspero, tecnológico. Porque é o que eu tenho. E meu compromisso é deixar esse tempo-espaço cada vez melhor pra quem chegar depois!
Ao invés de reclamar, eu prefiro agir. Pra tudo na vida. Mesmo nos dias de TPM: eu ajo reclamando. Mas ajo hahahaha
A news de hoje é um lembrete: o hoje é tudo o que temos. E se algo te incomoda, aja para mudar. Talvez não mude o todo, mas muda o seu microcosmo e isso já é muita coisa. É semente!
Nós fomos crianças/adolescentes nos anos 90 e estamos vivas, estamos bem e estamos buscando ser cada vez melhores. É isso. É o que nos cabe.
No mais, deixo abaixo alguns artistas atuais maravilhosos pra você conhecer e mandar no grupo da família quando disserem que nossa geração não faz música boa:
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