hoje, às 14h40, eu embarco para Recife pra conduzir 8 mulheres na primeira Residência Criativa Desejante — minha vivência autoral, desenhada cuidadosamente e desejada com vontade.
um dia, inspirada por uma mulher que admiro, desejei viver como ela: viajando e conduzindo mulheres. “de repente” depois de muito estudo, muita terapia e muito trabalho, está acontecendo.
e hoje eu resgato um texto antigo de quando tudo isso saiu do plano das ideias e se tornou um plano de ação com o desejo de que te inspire a continuar a regar o que hoje é apenas semente.
“no início, não há nada” diz meu horóscopo de hoje. o que me faz refletir sobre todas as vezes que eu busquei respostas para algo que ainda não existia. no início, sustentar o vazio é preciso. o início é folha em branco.
hoje perguntei pro Lucas se ele tem uma visão de onde pretende estar daqui 5 anos. ele disse: “eu não penso sobre isso. 5 anos atrás eu não fazia ideia de que estaria aqui”. é verdade. 5 anos atrás nossos planos eram mudar para a França e trabalhar como garçons, bartenders ou qualquer outro trabalho que surgisse. eu não tinha um negócio e nem tinha pretensão de ter. eu ainda acreditava que não tinha nada pra ensinar pras pessoas.
final de semana passado eu estava mergulhada na medicina da Morena Cardoso.
eu nunca vislumbrei trabalhar no que faço hoje. um pouco porque uma parte desse trabalho é algo muito recente no mundo, a criação de conteúdo online. a outra parte, a de mentorar e guiar mulheres no desenvolvimento de si e de suas ideias, jamais tinha passado pela minha cabeça antes de 2020. não é um sonho antigo.
a gente não deseja aquilo que não conhece.
para despertar nosso desejo, precisamos de referências. novos cheiros, olhares, lugares, opiniões, propostas, visões…
entre 2012 e 2013 eu comecei uma busca espiritual. de lá pra frente frequentei alguns terreiros, centros espíritas, encontros budistas, estudei sobre deusas, conheci a astrologia (já sabia meu signo como toda garota que lia Capricho), tarot, fiz vários tipos de healings, terapias holísticas, me iniciei na magia e no primeiro nível de Reiki.
paralelo a isso, em 2020, conheci o mercado dos infoprodutos e mentorias, dos conteúdos e publis e me despertou o desejo de fazer parte desse mundo.
por causa disso, conheci o mundo dos negócios que tanto tinha preconceito. budget, call, deadline, feedback, branding, marketing começaram a fazer parte do meu vocabulário e da minha preocupação.
o mundo externo fez o papel de me despertar para novas possibilidades. acender meu desejo de ser o que nem imaginava que seria possível. e aí eu percebi uma coisa: para descobrir como eu desejava navegar pelo mundo que acabava de conhecer, seria preciso mergulhar internamente. as respostas não viriam de estratégias e palavras gringas.
foi o que fiz. o que venho fazendo. o que continuarei fazendo. o caminho sem fim. o eterno mergulha-emerge.
a cada descida, um elixir é buscado. a cada descida eu me torno mais apropriada de quem sou enquanto guia. e no último final de semana, a descida me colocou cara a cara com a busca da vez: a minha medicina.
a medicina é aquela sabedoria ancestral que você carrega aí dentro. o segredo que só você tem. a magia que todas nós carregamos, cada uma a seu modo, no seu próprio frasco e com suas próprias composições. nenhuma é igual a outra mesmo que sejam parecidas, mesmo que venham de uma mesma fonte.
eu tinha medo de admitir que existia algo assim aqui dentro. medo de parecer arrogante, medo de passar adiante, medo da responsabilidade, medo de errar na dose e falhar.
camuflei o medo com ações e saberes. teorizando o que não era teoria, racionalizando o que não vinha da razão. abafando sinais, intuições, vozes e percepções que não tivessem fundamento. resultado: me sentia insegura em fincar minhas raizes na terra e dizer claramente o que faço.
você mesma já pode ter ficado confusa sobre meus cursos e entrega. não te culpo. era a minha falta de coragem de admitir que o que sei não veio de uma universidade.
o que sei vem do que estudo? sim. e eu estudo muito sobre a mente, a alma, o desenvolvimento humano e a história da mulher. mas vem só daí? não.
o que sei vem do que sinto. do que é soprado cuidadosamente ao pé do meu ouvido durante uma mentoria. vem do que consigo visualizar quando olho nos seus olhos. vem do caminho que suas palavras fazem aqui dentro até a Velha que mora em mim. ela ouve amorosa e cuidadosamente e fala o que precisa ser feito. eu repasso a informação e acrescento uma boa dose de estratégia e palavras gringas que aprendi.
afinal, o trabalho aqui é da mente ao bolso. do desejo à experiência. da alma ao corpo.
final de semana passado eu vi uma mulher guiando outras mulheres sem medo. com vontade, com desejo, com paixão. eu vi uma mulher apropriada de si. uma mulher de verdade, com suas dores e medos postos à mesa. uma mulher nua, vulnerável, corajosa.
a coragem dela tocou a minha. a força dela tocou a minha. a vulnerabilidade dela abraçou a minha. e desejei que as mulheres que passem por mim possam sentir o que senti ali. e possam passar adiante e fazer com que mais mulheres se sintam assim através delas. eu desejei que essa corrente nunca pare.
e é por isso que hoje encho meus pulmões de ar e solto através da minha voz e dos meus dedos que escrevem esse texto que estou aqui para guiar mulheres à Vida Desejante: um lugar onde a expressão, o desejo e a autonomia são leis. um lugar onde nutrimos&cultivamos o que nos eleva, criamos e colocamos no mundo nossos saberes, geramos recursos e riquezas (materiais e sutis) e desfrutamos!!!
eu quero morar num tempo-espaço onde mulheres desfrutam da própria potência e da dádiva de existirem. se esse mundo ainda não existe, nós estamos aqui para cria-lo. pasito a pasito. do micro ao macro. de dentro pra fora.
todas as vezes que você se questionar o que está fazendo neste mundo, desejo que se lembre dessa resposta: arando a terra. semeando, nutrindo e cultivando o que você deseja que floresça em si e no mundo. é só isso. e é TUDO isso.
curadoria da semana
🎧você precisa ouvir a nova música Raye
🎬confesso que nesses últimos dias eu vivi para maratonar Casamento às Cegas da França e do Brasil — e eu realmente recomendo porque, UAU, altas reflexões além de muito entretenimento
que eu tive a honra de contribuir