nem tudo é um sinal (você tá perdendo tempo demais nessa brincadeira)
pra que você não tenha que dizer: "eu queria ter ___ mais"
a primeira versão desse texto foi publicada em 30/10/23. eu decidi resgatá-lo porque de lá pra cá muita gente chegou por aqui. e também porque esse foi um dos meus preferidos. mas como minha escrita mudou durante esses anos! achei fantástico perceber que a prática realmente nos faz encontrar cada vez mais a nossa voz. então, o reescrevi. e aqui está!
mas antes, se você está me lendo do seu e-mail, quero te sugerir de conhecer o cantinho onde todas as news são publicadas e ficam salvas pra você poder ler quando quiser. como uma biblioteca (eu amei fazer essa comparação). é só clicar aqui! uma sugestão: considere ter o app do substack no seu celular ou tablet. a leitura fica ainda mais confortável e ritualística.
“eu gostaria de ter aproveitado mais meus dias de solteira e passado meu tempo livre lendo, tentando ser uma fotógrafa melhor ou algo do tipo, e não ter me preocupado tanto com bolas de golfe.”
esse é um trecho do livro “Falando o Mais Rápido Que Posso”, autobiografia da Lauren Graham. se você não conhece a Lauren, ela deu vida à icônica Lorelai Gilmore, de Gilmore Girls (minha série preferida).
eu poderia passar toda essa newsletter te dizendo o porquê de eu me identificar tanto com essa personagem, mas fica pra outra hora. hoje eu quero falar sobre esse trecho do livro da Lauren e como ele me pegou.
ela conta que um dia, depois de uns anos de casada, foi sair do carro e uma bola de golfe saiu rolando de dentro dele.
na hora, ela se lembrou de quando era solteira: se um cara tivesse deixado uma bola de golfe no carro dela, isso seria um grande tema de especulações com as amigas: “o que isso quer dizer?”, “será que foi de propósito?”, “será que é um sinal?”
quem nunca passou o dia tentando transformar qualquer mínima atitude em possíveis sinais de amor eterno?
eu vivi de bolas de golfe durante muito tempo, preferindo tentar desvendar entrelinhas inexistentes do que simplesmente fazer a pergunta difícil. sofrer por incertezas me dava, pelo menos, um certa esperança.
nós somos seres criativos. por natureza, precisamos criar. mas não é curioso como pegamos essa potência tão rica e ao invés de direcioná-la para aprendermos algo ou criarmos algo que é nosso, preferimos inventar histórias que reforçam nossa insegurança?
bom, se você é mulher como eu, sabe que isso não é um problema exclusivo seu. quando eu tinha 4 anos, um coleguinha da escola me deu uma rosa e a mãe dele já estava planejando nosso casamento. a gente não sabia nem ler…
apesar de parecer bonito que nos estimulem a viver um grande romance, toda boa intensão desaparece quando percebemos o quanto esse tema ocupa a nossa mente e desvirtua nossa percepção de autovalor.
quantas foram as vezes que você deixou de viver algo que queria muito por conta de possíveis “amores”?
eu mesma deixei de ir no aniversário de uma amiga que eu amo porque o cara que tinha me dado um pé na bunda estaria lá. minha amiga é sagitariana e ama uma festa! vira e mexe ela reposta uma foto daquele dia e eu ainda não acredito que deixei de ir.
não me leve a mal, eu acho o amor a essência da vida. mas se alguém te deixa tão desestabilizada e insegura a ponto de você não conseguir fazer outra coisa do seu dia a não ser buscar sinais… eu sinto muito, mas isso não é amor.
para amar de verdade, você precisa se sentir livre pra dizer o que sente e perguntar o que precisa. isso também é um ato de amor por você. é quando você diz a si mesma que respeita os seus limites.
assim como a Lauren, eu desejo que o seu tempo seja investido cada vez mais em se desenvolver enquanto pessoa, em conquistar seus desejos e sonhos e menos, muito menos em bolas de golfe.
é claro que você vai encontrar um amor (caso já não tenha encontrado). mas não perca tempo com picuinhas, indiretas e pseudo-sinais. seja honesta com o que você sente e deseja. não idealize, lide com a realidade. entregue-se de verdade, sem medo, sem jogos. quem teme sua verdade não merece o seu tempo.
antes que eu me esqueça…
no feriado de Corpus Christi deste ano (19 a 24 de junho) vai acontecer a terceira edição da Amazen Liderança Feminina: uma imersão em liderança feminina potencializada pela força da Amazônia. guiada por mim e pelas líderes empreendedoras ribeirinhas, essa não é apenas uma viagem. é uma vivência sensorial e transformadora do início ao fim. se você tem um sonho de conhecer a Amazônia, essa é a oportunidade de conhecer de verdade. sem firulas de turismo pra gringo ver, a Amazen é pra quem deseja ter sua experiência guiada por quem realmente vive a floresta. eu tenho a honra de ter sido convidada para unir meu trabalho com a sabedoria ancestral dessas mulheres! e será uma honra maior ainda ter você com a gente. para ter todas as informações e garantir a sua vaga (são limitadas), clique aqui.
spoiler da edição passada:
curadoria da semana:
🎧no podcast da semana passada, falei sobre felicidade. talvez seja a última vez que eu fale sobre medo. eu quero falar mais sobre desejo, sonhos e o lado bonito da vida. acho que precisamos, concorda?
🎬assisti A Verdadeira Dor que está concorrendo ao Oscar de melhor roteiro original e melhor ator coadjuvante. ô gente, que filme lindo. me deu uma vibe Woody Allen (problemático, eu sei. mas excelente cineasta, não temos como negar) misturado com nouvelle vague francesa (que amo). é triste, mas é tão, tão bonito. e leve, por incrível que pareça. recomendo muito!
📚essa news da
é tão linda e delicada quanto os primeiros raios de sol de uma manhã de outono.
Tem coisa boa sobre perceber sinais, e coisa ruim (ruim mesmo) sobre ficar tentando "forjar" sinais. Acho que aprender essa diferença faz toda diferença (rs). É importante notar quando queremos forçar a barra pra interpretar algo que confirmará uma versão que desejamos que exista (mas por vezes está tão distante da realidade quanto outra galáxia).
Costumo me perguntar: o que quero confirmar com esse sinal?
E aí pescar se estou distorcendo as coisas 😅
que texto lindo, yna! reflexão valiosíssima para nós, mulheres. e que honra ler meu nome mencionado ali no finalzinho. 🥺🤎