Levi é uma criadora de conteúdo canadense. ela e seu namorado William produzem uns vídeos muito agradáveis e gostosos de acompanhar no tiktok. ela é belíssima! uma beleza forte, sedutora. ele é muito fofo. adjetivo que os homens odeiam e a gente adora. eu realmente não sei como defini-lo melhor. ele é amoroso, cuidadoso, gentil… e nós, mulheres que gostam de homens, amamos unir todas essas características nessa mini palavra de 4 letras que enche a boca quando pronunciada.
William cozinha, cuida da casa e de Levi. ela, por sua vez, é responsável por criar, editar e postar todos os conteúdos que os dois produzem. e também tem a sua particularidade: é criadora de conteúdo adulto.
essa informação por si só á gera muito debate na plataforma. as pessoas tentam entender o motivo dela para fazer e o motivo dele para aceitar. muitos defendem e amam os dois, alguns poucos ralham e acham um desaforo.
outra coisa que gera burburinho: Levi faz mais dinheiro que Will e é a grande provedora. inclusive, ela comprou a causa onde eles moram. eles são vizinhos da irmã dele porque Levi sabe o quanto Will é conectado com a própria família.
esses dias eu estava lendo os comentários e uma pessoa perguntou se ela se sentia menos conectada de sua energia feminina por isso. enquanto isso, várias outras questionavam a sexualidade dele.
e já falei aqui algumas vezes: energias não são papéis sociais. um homem não é menos masculino por cuidar, uma mulher não é menos feminina por prover. não é disso que se trata. mas é isso que tem se espalhado cada vez mais nas redes sociais.
essa visão de papéis que exclui completamente casais homoafetivos da conversa e limitam as possibilidades de afeto e relações.
será mesmo que relacionamentos só dão certo se funcionarem de uma única forma? será mesmo que todas as pessoas só poderão ser felizes se seguirem uma determinada cartilha? será que Levi e Will não tem futuro porque vivem à sua própria maneira?
uma mulher que utiliza o próprio corpo como meio de produção (sem precisar ser tocada por pessoas desconhecidas), coloca dinheiro em casa, produz os conteúdos do marido (que hoje já monetizam e dão um bom retorno pra ele), não tem vergonha de si mesma e de suas escolhas e é amada. profundamente amada. por ele e pela família dele. é completamente aceita sendo quem é.
um homem que ama cozinhar, cuidar da casa e da companheira, que não esconde a sua gratidão por tê-la na vida e que não força uma performance porque não sente necessidade de provar nada pra ninguém. e é amado. profundamente amado. por ela e por sua família. é completamente aceito sendo quem é.
o que há de errado nisso?
o que há de errado com as pessoas descobrindo suas próprias maneiras de felicidade e amor? será que nossa existência é realmente tão rasa a ponto de termos que viver de uma única forma?
eu não acredito nisso.
os estudos sobre polaridades energéticas são muitos e eu adoro mergulhar neles. faz muito sentido quando pensamos em expandir nossas possibilidades e consciência. entender que somos seres integrais, polares, duais. que temos o todo dentro da gente. mas não estamos prontos enquanto sociedade para receber esse conhecimento e distorcemos para tentar encaixá-lo no que já conhecemos enquanto mundo.
e não é assim que aprendemos algo.
só podemos expandir nossa consciência e aumentar nosso repertório se estivermos dispostas a baixar a guarda e desapegar do que acreditamos ser a verdade absoluta. se aceitarmos a pluralidade humana antes de apontar dedos e tentar encaixar o outro na nossa própria lente.
eu não faria o que Levi faz como trabalho. dentro da minha ótica de vida, não é muito legal. mas isso não me faz não admirá-la! eu acho essa mulher maravilhosa, ousada, criativa. eu não preciso ser como ela, acreditar no que ela acredita ou viver como ela vive pra isso.
sabe? é possível encontrar admiração e conexão em quem você não seria. e se a gente se abrir mais para ouvir e conhecer as diversas formas de existir neste mundo, tenho certeza de que nos tornaremos ainda mais quem somos.
antes que eu me esqueça:
você está acompanhando o podcast? toda quinta tem episódio novo e eu tô super feliz com esse projeto! posso pedir uma coisa? se vocês realmente se conectarem, compartilhem com as migas e deixem uma avaliação ali no podcast! não costumo pedir isso, mas a verdade é que é bem importante pra mim :)
já está sabendo que teremos evento presencial em Florianópolis? sim!!! esse momento chegou!!! dias 5 e 6 de outubro nos encontraremos no sul da ilha para um trabalho imersivo, corpóreo e Desejante. te conto todos os detalhes e você já pode se inscrever aqui.
curadoria da semana
errata: Levi deixou de ser criadora de conteúdo adulto! disse que agora se dedica a fazer conteúdo para as mulheres e ama o acolhimento que recebe🥲
aqui você conhece a Levi e o Will, os protagonistas dessa news
Me fez refletir sobre o quanto podemos expandir e aprender quando nos despimos dos pré-conceitos, e nos colocamos como observadores e admiradores dos mais diversos estilos de vida. Ah e eu quero muito saber sobre o evento presencial, tem algum link com informações?