eu vivo do que crio. mas que vida é essa?
a realidade sem filtro, sem paciência, mas com o mesmo amor de sempre
essa semana eu abri uma conversa nos meus stories (sim, eu ainda estou por lá e ainda não pretendo sair) sobre possíveis curiosidades que as seguidoras poderiam ter sobre o trabalho de criação de conteúdo e a vida de quem trabalha online.
eu descobri algumas coisas interessantes. a mais surpreendente delas foi entender o quanto esse trabalho realmente não é compreendido nem por quem o deseja.
e eu juro que eu não culpo as pessoas. a culpa talvez seja dos discursos de vida e dinheiro fáceis. e também do fato de que o tempo da internet não é o tempo real e o que é visto nas redes sociais é apenas um pequeno recorte. ainda mais pra mim que não costumo compartilhar quase nada da minha vida.
mas eu acho que como millenials, já fomos enganadas demais com uma promessa de vida. quem aí não acreditava que até os 30 teria toda a vida encaminhada?
piadas à parte, eu amo ter 34 e realmente acredito que estou na minha melhor fase. mas sinto que foi preciso deixar de lado expectativas e aprender a amar a realidade (como diz a
) para que isso fosse possível.então eu decidi te contar aqui um pouco sobre a realidade que eu escolhi amar.
1. antes da liberdade, a rotina
muita gente quer empreender pensando na liberdade. ter mais tempo, trabalhar enquanto viaja, ser sua própria chefe, etc. mas na prática mesmo você vai precisar de uma rotina para que não trabalhe 24h por dia e perca sua sanidade mental.
eu trabalho de qualquer lugar que eu esteja, é verdade. mas eu preciso levar comigo a disciplina dos meus horários, senão tudo se torna muito mais cansativo do que glamuroso. em casa, eu tenho horário para entrar e sair do trabalho, além do intervalo do almoço e da academia. deu 18h, eu não trabalho mais (salvo raras exceções de prazos apertados e muita demanda).
no começo, eu não fazia isso. trabalhava até me arrastando de doente (dei uma imersão de 10h com covid). e foi aí que eu lembrei da minha avó Abadia que uma vez me disse: “eu devia ter continuado a trabalhar em casa de família ao invés de casar. pelo menos lá eu tinha salário e podia tirar férias”. forte, né? foi quando me toquei de que eu era bem mais livre quando era garçonete e decidi mudar o rumo das coisas pra minha escolha realmente fazer sentido.
2. aceitar que sou uma vendedora
pois é. eu demorei pra ficar em paz com isso porque eu sou a pessoa que não gosta muito quando o vendedor vem me abordar e quer me mostrar a loja inteira. eu sou tímida e introspectiva, não gosto de me sentir na obrigação de sustentar uma atenção ali e me sinto pressionada a comprar.
mas não tem escapatória! se eu tenho um produto, eu preciso vendê-lo. e pra isso, eu precisei aprender sobre marketing e seus gatilhos, copywriting, discursos persuasivos, precificação, plataformas, taxas, juros, metas, abordagem e experiência do cliente e tudo o que envolve o universo das vendas.
o que me fez fazer as pazes com isso foi focar e entender como eu queria vender. descobrir quem era a Ynara vendedora e como seria mais gostoso e eficiente pra mim conduzir essa logística.
verdade seja dita: me senti bem chata e invasiva até aprender a fazer isso com leveza. é sempre a prática, minha gente. sempre ela…
3. existe o que amo fazer e o que preciso fazer para viver do que amo fazer
eu amo criar conteúdo. é a parte mais prazerosa do meu trabalho. mas eu não amo criar conteúdo marketeiro: anúncios, páginas de venda, vídeos de venda, pitch de venda, conteúdos sobre o método ou aqueles antes e depois de clientes, sabe? acho isso chato e, sendo muito honesta, bastante cafona.
eu amo essa newsletter, o podcast, os conteúdos poéticos. é onde me sinto totalmente eu mesma. mas nem só de poesia vive o artista. é preciso viver bem nesse mundo como ele é. e para isso, eu preciso vender o meu trabalho. até porque a minha escolha foi essa. eu escolhi viver do que eu crio ao invés de vender o meu tempo para outra pessoa (absolutamente nada contra, ambas são escolhas ótimas e precisam fazer sentido com o que desejamos viver).
então não me resta outra opção a não ser fazer um pouco do que gosto e um pouco do que devo. vira e mexe eu preciso ser mais estrategista do que artista, mas mantendo um espaço para que todas possam se expressar, tudo fica mais leve.
4. constância ainda é o tempero especial
sendo brutalmente honesta com você: infelizmente não dá pra viver do trabalho online sem constância. desistir nos dias de luta só te distancia dos dias de glória!
temos muitos dias de baixa: baixo engajamento, baixo faturamento, baixo ânimo, baixa vontade. mas se pararmos nesses dias, os dias de alta não chegarão nunca. eu canso de ver pessoas me dizerem que desistiram e nem tentaram direito!
você pode super fazer no seu ritmo até encontrar o seu jeito, mas esse ritmo precisa fluir. pausa também é movimento. mas pausar não é parar. quando você para, precisa colocar uma energia enorme para recomeçar. e é isso que te cansa.
não é da noite para o dia porque nada é. eu sei que fulana ficou milionária em menos de um ano e antes os 21, mas a fulana não é a regra. no mundo real é preciso insistir. o jogo não vira com você fora do campo (meu Deus, eu nem assisto futebol, o que rolou aqui?).
5. é um fucking trabalho
você vai precisar abrir uma empresa, pagar impostos ao governo, separar pró-labore de faturamento… e, sim: vai ser chato porque você só queria fazer sua arte em paz. mas - chá revelação! - vivemos no capitalismo. eu sei, eu sei. também acho que seria muito mais gostoso viver sem essa pressão doida. mas lembra? é preciso amar a realidade para viver melhor dentro dela.
numa das caixinhas, me perguntaram como eu lido com a “preguiça de criar conteúdo”. gente, esse é meu trabalho! faz parte da lista de tarefas que eu preciso cumprir. é necessário pro meu plano de negócios e pra eu chegar onde almejo. eu simplesmente faço o que é preciso.
6. por que vale a pena?
há poucas semanas, aconteceu uma coisa que me deixou profundamente emocionada. eu criei um episódio de podcast baseado em um ensaio do livro “eu quero a árvore que existe” da
(que pra nossa alegria agora está por aqui).eu enviei para ela por direct na esperança de que ela ouvisse e soubesse o quanto eu tinha sido tocada pelo livro.
ela não só ouviu como fez um post no instagram dela com prints das minhas falas e eu quase morri do coração!!! nos comentários, ela marcou o
porque eu o cito no episódio. resultado: ele também ouviu meu podcast e fez um conteúdo baseado no que ouviu!!!vocês não tem noção do que isso significou pra mim. eu acompanho o Tiago e a Lara há uns bons anos. leio a news Tira do Papel, assisto os vídeos do youtube, ouvia o podcast dele com o
, assistia os vídeos da Lara no tiktok ensinando francês, depois migrei para acompanhá-la no insta com seus vídeos poéticos e assim que ela lançou o livro, comprei na pré-venda.de repente, esses dois estão ouvindo algo que eu criei e me seguindo.
“de repente”. depois de 8 anos de constância.
a vida presta demais. mas precisamos fazer a nossa parte e deixá-la conduzir o ritmo. e não dá pra esquecer o que Chorão nos disse um dia: “às vezes faço o que quero e às vezes faço o que tenho que fazer”.
bem vindas à vida adulta. é um saco. vocês vão amar.*
antes que eu me esqueça…
eu decidi abrir um atendimento mais prático pra quem deseja uma solução rápida na criação estratégica de conteúdo. vou montar um plano de ação personalizado para você seguir e executar. será focado em estratégia de conteúdo para nutrição de audiência e venda. vou te contar todos os detalhes pro whatsapp, é só me enviar um “oi, quero saber mais” por aqui.
agora, se você deseja um acompanhamento de 5 meses e uma atenção personalizada, eu te recomendo aplicar para a Mentoria Comunicação Desejante. ela é uma mistura gostosa de desenvolvimento pessoal e empreendedorismo. criamos as estratégias e te preparamos para sustentá-las! tenho apenas 2 vagas para início em abril. te espero!
bora pra Amazônia comigo? aqui você conhece os detalhes da vivência Amazen Liderança Feminina que vai acontecer no feriado de Corpus Christi. é um projeto maravilhoso de conhecer a força da floresta e das líderes ribeirinhas enquanto mergulhamos na nossa própria liderança interna. as vagas já estão sendo preenchidas, então vem garantir a sua.
curadoria da semana
🎧o podcast da Ananda na
é maravilhoso para entender mais esse universo do empreendedorismo digital. sem firula, sem ilusão, direto ao ponto e sempre com leveza🎬não sei você, mas eu amo vlogs lindos. descobri a Eugenia Diaz tem pouco tempo e UAU! eu quero morar nos vídeos dela! confesso que prefiro vlogs onde as pessoas falam, mas esse é especial.
📚a
é daquelas escritoras que acendem nosso fogo interno, sabe? essa news teve exatamente esse efeito aqui.
E eu lendo bem sossegada sua deliciosa news e… tô na curadoria! Merci ❤️
Mesmo não sendo criadora de conteúdo real oficial, estou tentando viver do que eu crio e baseado nas minhas experiências. E eu e minha irmã, arquiteta, estamos em momentos semelhantes, e trocamos muito sobre isso tudo. Esse texto serviu muito pra mim e já compartilhei com ela. Coloquei até uma estrelinha no meu Gmail que é onde coloco os textos que me marcaram. Obrigada por ele, Yna 🧡