Quando eu tinha 18 anos fui contratada por uma das maiores agências de atores e modelos da época, a Ford. Já entrei fazendo dois testes na Rede Globo e ouvindo da minha agente que estavam gostando muito de mim e em pouco tempo eu conseguiria. Eu estava a um passo da realização do meu grande sonho! E o que aconteceu? Eu foquei na dor: minha agente exigia que eu emagrecesse e tinha padrões irreais de magreza (fruto de seu trabalho de anos com modelos). Eu me agarrei nessa exigência e desenvolvi um transtorno alimentar que me afastou completamente do caminho que estava quase se abrindo…
Eu tenho todas as críticas possíveis a essa indústria que adoece muitas mulheres por conta de exigências irreais. Mas o meu foco hoje será no medo que eu senti de finalmente realizar meu grande sonho.
Eu tinha acabado de entrar na escola profissionalizante de teatro. Eu amava minha rotina, meus amigos e as descobertas que estava fazendo. Se eu passasse num grande teste, teria que abandonar o que conhecia e encarar uma mudança total de vida! Eu ficava pensando: “imagina voltar pra minha cidade famosa?”, “será que as pessoas vão me parar na rua?”, “será que eu vou gostar do Rio de Janeiro?”… todos os “serás” e “e ses” me causaram ansiedade e só hoje, 14 anos depois eu percebo como a ideia de sucesso me apavorou.
Agora eu te convido a fazer essa reflexão: e se todos os seus desejos realmente se materializassem? Qual sensação essa possibilidade te causa?
Se te trouxe estranheza, embrulho no estômago, sensação de não saber pra onde ir, aperto no peito, vontade de mandar o pensamento pra longe, eu tenho uma notícia pra você: você provavelmente está empurrando sua realização para longe de você com pequenas ações quase imperceptíveis e hábitos quase inofensivos. E talvez você ainda alimente a sensação de frustração por não dar certo e repita algumas frases como: “é que agora não é o momento”, “eu joguei pro universo”, “é que pra fulana é mais fácil mesmo”, “eu não tenho tudo o que preciso”, etc…
Olha, eu vou ser muito honesta com você: tem coisa que realmente não dá certo e precisamos saber o momento de mudar a rota. Mas, pra mim, só é possível mudar a rota depois de termos realmente esgotado todas as possibilidades de travessia. E existem muitas, confie em mim! Eu já mudei a rota, as estratégias, a casa, o posicionamento, o investimento, a mentora, a cidade, as referências diversas vezes. Até encontrar o caminho do fluxo. Ele existe e tá escondido nesse emaranhado de tentativas.
Mas para buscá-lo com vontade e atenção é preciso não temer encontrá-lo. Senão você passará por ele inúmeras vezes ignorando completamente a sua existência. É como não fazer seu check-up de saúde com medo de encontrar o que não deseja. O que você esquece é que pode descobrir que está completamente saudável e o check-up levaria embora essa ansiedade e sensação de estar escondendo algo de si.
Escondendo algo de si. É isso que o medo do sucesso faz com você: ele TE esconde de si mesma. Esconde sua capacidade de resiliência, de criatividade, de prosperidade, de adaptabilidade… Ele te impede de enxergar versões de si que você nem imaginava que existiam. E ele faz isso te dizendo que é melhor você não conhecer essas versões porque você pode não gostar… Mas, minha cara, e se você gostar? Melhor: e se for a sua versão mais inteira e real?
Eu nunca mais vou conhecer a versão da Ynara atriz famosa aos 20 anos. Não sei como ela poderia ter se virado, as dores que teria, as alegrias que viveria, os amigos, os amores, as viagens, os caminhos… será que ela teria ido pro cinema, como era seu sonho? Será que ela teria ido pra Cannes com algum filme? Eu não sei. Eu não permiti que ela vivesse.
E por mais que eu ame quem eu sou hoje, eu bem sei que o medo do sucesso me afastou de viver um sonho. Isso é um fato. E é exatamente por isso que hoje eu escolho fazer diferente. Eu não quero mais essa sensação do “como seria se”. Eu quero pagar pra ver.
Esse é um convite para você fazer o mesmo por você e pelo seu sonho que tá no cantinho da sua alma te esperando escolher olhar pra ele. Não permita que ele se torne um “e se…”
Se esse texto te fez perceber que você teme o que deseja, me conta como você se sentiu nos comentários? Eu quero conhecer um pouco mais de você que me lê aqui! Ah! Esse é um cantinho seguro, ok? Por isso que te conto minhas histórias com tantos detalhes e intimidade. Fique à vontade para me contar um pouquinho das suas:
O foco da minha mentoria individual é te ensinar a se posicionar e se comunicar como a líder da sua vida. Uma mulher segura e que se coloca no mundo com assertividade é revolucionário! De quebra eu ainda te guio a criar um servir autoral como eu fiz (se esse for o seu desejo). Quer saber como funciona esse processo e se ele te contempla? Clique aqui e agende uma reunião gratuita comigo! Mas ó: só agende se realmente puder comparecer, ok? Meu tempo e o seu são preciosos! Até já!
Vou emoldurar esse texto e colocar no escritório pra ver todo dia!
No dia que li isso, choray! Percebi que (há algum tempo já) tenho sido muito esta pessoa. Até alguns anos atrás, não entendia quando diziam que algumas mulheres tinham medo da própria luz, de entrar em contato a sua força. Hoje sei perfeitamente o que isto quer dizer. Obrigada obrigada obrigada pelas tuas palavras sempre poéticas, instigantes, necessárias! PS: palmas pausadas para o parágrafo de "mudança de rota", pois afinal, a vida não é linear para ninguém, né? E me (re)lembra de mudar junto com as "impermanências da vida" - a vida por si só não é, definitivamente, permanente <3