esse texto não foi escrito recentemente. me deparei com ele no meu bloco de notas e senti fortemente que ele precisava habitar este espaço. li, reli, reescrevi alguns parágrafos e acrescentei alguns outros para caber em quem sou hoje. tô feliz de tê-lo reencontrado!
era domingo a noite e eu decidi assistir um filme depois de ler algumas páginas de dois livros diferentes e tomar duas taças de vinho.
nunca fui de ler mais de um livro. sempre esperava um acabar para começar o outro. uma monogamia compulsória que se estendia inclusive para objetos inanimados. afinal, cada um com sua loucura, não é mesmo?
enfim, decidi descansar meu cérebro ansioso que só estava buscando se ocupar assistindo um filme “bobo”. uma comédia romântica. algo que não me fizesse pensar muito.
encontro “Fomos Canções” na Netflix. filme espanhol. era isso que eu queria! ando completamente apaixonada pela dramaturgia espanhola! muito mais intensa e quente do que a cansativa narrativa norte-americana (ela que praticamente formou a mulher romântica que sou).
o filme é uma mistura de Fleabag com Valéria (e caso você não tenha assistido nenhuma dessas séries, indico fortemente. principalmente a primeira que é uma obra-prima). uma história de amigas nos quase 30 superando traumas e expectativas alheias. praticamente o que eu, minhas amigas e provavelmente você que me lê vivemos 24 horas por dia.
mas o que eu quero frisar aqui é o tema mudança. mudar é foda. é mágico, mas é foda. assim como deve ser aquele truque que o mágico entra acorrentado num cubo de vidro cheio de água e precisa sair antes de acabar todo oxigênio de seus pulmões. e quando sai, o alívio. e se não sair, é o fim.
é assim que percebo as mudanças. Maca, a protagonista do filme, odeia seu trabalho. é extremamente desconfortável pra ela estar ali. é humilhante. mesmo assim, quando ela recebe uma oferta irresistível para mudar, pensa: “tá, talvez aqui não seja tão ruim assim...”
essa não é a única provação dela e ainda tem as de suas amigas, mas meu ponto aqui não é dar spoiler. é refletir sobre o fato de que mesmo quando estamos extremamente sufocadas em um lugar, temos muita dificuldade de sair. como o mágico acorrentado dentro do cubo de água. e, como ele, a gente sabe que se não sair, é o fim. mas seguimos brigando com a corrente mesmo sabendo o que a abriria.
você pode estar nesse momento. eu já estive muitas vezes. já levei 8 meses em um pseudo-relacionamento que não andava pra nenhuma direção e me impedia de me abrir para relações verdadeiras, já insisti em amizades que não faziam mais sentido pra ambos os lados e também numa profissão que eu amava, mas limitava as minhas possibilidades de viver.
eu permanecia porque deixar pra trás as idealizações e os “e ses” que a minha mente havia criado exigiria de mim. exigiria que eu soltasse o controle, que me permitisse experimentar novos caminhos, novas visões…
exigiria que eu aceitasse a nova versão de mim que emergia. que ousasse conhecê-la e perceber que ela havia tomado o lugar de velhas conhecidas. era hora de desapegar de quem eu havia sido para poder existir como quem eu havia me tornado.
sair do cubo de vidro e encarar a vida por outra perspectiva não era algo que eu me via pronta para fazer. mas a partir do momento que novos ares entraram nos meus pulmões, eu pude olhar nos olhos de quem eu havia me tornado. pude ver caminhos e oportunidades que antes me pareciam sonhos distantes.
o olhar de Maca encontrou o meu no final do filme. somos cúmplices. sabemos que mais arriscado que perder o que se tem é não ter o que se pode.
talvez hoje o excesso de bagagem esteja te impedindo de seguir com leveza e clareza. por que essa resistência em parir a si mesma? você já vem gestando essa nova versão há tempos… seus desejos e vislumbres de uma nova vida a alimentaram e ela está pronta para protagonizar essa nova fase.
ela é diferente de tudo o que você conhece e te levará a lugares que você nem consegue imaginar de onde você está hoje. ela só te pede um pouco de fé. e te lembra que ela só existe porque você a invocou através de tudo o que silenciosamente desejou viver.
mudar é foda. eu sei. mudei inúmeras vezes e cá estou eu em mais um desses processos. mas se eu tivesse resistido, hoje você não estaria me lendo, eu não estaria morando com o Lucas e, muito menos, na Praia do Rosa. minhas melhores amigas não estariam na minha vida, nem meus 4 sobrinhos por parte do Lu que eu amo de paixão. e talvez eu nem tivesse saído de casa aos 17 anos pra ser atriz.
o que eu encontrei todas as vezes que disse “sim” para a mudança de rota foram fragmentos de mim que completavam o meu todo. como se eu fosse um quebra-cabeças!
ainda tenho peças faltantes. a próxima eu não sei onde está, mas tenho uma pista de como ela é. e nesses 33 anos completos na última quinta-feira, eu disse um sim bem grande para encontrá-la!
sua vez de dizer um sim bem grande para encontrar a si mesma. o máximo que pode acontecer é você finalmente sentir o alívio de viver como deseja. efeitos colaterais por efeitos colaterais, prefira sempre os que te levam a amar sua realidade.
e um detalhe: você só descobre o que é se sentir confiante quando aceita experienciar o que sua alma está pedindo. quando ousa ouvir sua intuição, olhar no fundo dos próprios olhos e dizer: “tá bem! vamos nessa!”. ninguém é antes de experienciar. é no gerúndio que tudo ganha forma.
e antes que eu me esqueça…
quero te lembrar que tenho apenas 2 vagas para início em Abril na mentoria Lidere Sua Vida. um espaço individual e personalizado, o plano de ação para colocar no mundo a mulher que você veio ser e materializar seus desejos. clique aqui para agendar uma reunião gratuita comigo onde você vai me contar sobre o seu momento e conhecer os detalhes.
quinta, além de ter sido meu aniversário, a nova fase do canal do youtube começou! meu primeiro vlog está no ar e eu prometo que os próximos serão maiores hahaha clique para assistir! (não esquece de se inscrever no canal, dar like no vídeo, comentar e a coisa toda que fazemos naquela plataforma hahaha)
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ps aleatório
quando você era criança, a faca e o garfo eram um casal? você se sentia mal de guardá-los separados? e agora, depois de adulta, você ainda pensa do mesmo jeito, mas finge que não para manter a reputação? só uma pesquisa aleatória, obviamente não tô falando de mim…
Genteee que convite! Tô com o coração pulsando, desejante...sério!!
Estou exatamente nesse momento e esse texto define essa trajetória de inteireza. Esse MAIS, não vem de um lugar de acúmulo, na verdade é o oposto.. é o desfolhar para encontrar o lado MAIS gostoso, MAIS curioso, MAIS corajoso e selvagem da mudança para ser MAIS EU, a nova versão. Seja na vida ou no meu trabalho: transformar-se para transbordar! delícia, gratidão..❤️🔥
PS. garfo e faca para mim são não-binários kkk.. como nós, coexistindo entre polaridade, rs e pensando aqui, estranhamente o que me incomoda é deixá-los juntos em uma mesa posta... porque 1o gosto da harmonia visual e depois, de manter a individualidade de cada um, com a certeza que funcionalmente "elxs" sabem naturalmente como trabalhar em colaboração - e tb sabem se deixar conduzir 🤔
Completamente sincronizada com as energias desse eclipse! Que texto inspirador! Coragem pra mudar, mais arriscado é não ter o que se pode... uau ❤️🔥