eu não me lembro bem o exato ano que a conheci, mas me lembro que a série ainda estava sendo gravada porque eu precisava esperar por uma nova temporada. eu sempre amei séries de investigação como Law and Order SVU que assistia todos os dias depois da escola. então sabia que ia gostar dessa nova aventura.
o que eu não fazia ideia é de que estava vendo uma grande atriz fazer história.
vai ser muito difícil resumir 6 temporadas em uma única newsletter e você bem sabe que não estamos aqui pra isso. nosso foco é nela, Annelise Keating e na revolução que ela causou na televisão estadunidense e no mundo liderando a série How To Get Away With Murder.
uma mulher preta retinta protagonista de uma série na qual interpreta uma advogada bem-sucedida, extremamente confiante e lindamente vulnerável. Viola Davis, atriz fenomenal que deu vida à Annelise, lutou não só pelo papel, mas também por adaptar o roteiro para a realidade de uma mulher preta.
lendo sua biografia — que recomendo fortemente — conheci os bastidores dessa história que me fez conhecer minha atriz estadunidense preferida e uma das minhas grandes referências como comunicadora e mulher.
Annelise é uma personagem toda errada, do jeitinho que eu amo. é alcoólatra, ambiciosa demais, persuasiva, arrogante. ao mesmo tempo que é generosa, comprometida, leal, desejante.
a série é gostosa de acompanhar e surpreendente em seu roteiro. mas o que mais me fisgou foi acompanhar como Annelise tentava exaustivamente equilibrar os pratos para salvar todo mundo mesmo que isso lhe custasse sua reputação e sanidade mental. que ela também tentava salvar a todo custo.
essa necessidade urgente de vencer, de estar certa, de sair por cima. uma ambição quase cega para ser excelente, a primeira, a melhor. uma pressão homérica em si mesma. uma carga pesadíssima para suportar.
sou uma mulher branca e não sei absolutamente nada do que é a realidade de uma mulher preta. mas Annelise me fez sentir seu desconforto, sua inquietação, sua urgência no meu estômago. senti com ela, chorei com ela, ri com ela e, mais do que qualquer coisa, torci por ela.
existem duas cenas específicas que se tornaram um marco e mudaram pra sempre a história da televisão e do cinema.