Você se sente atrasada?
Constantemente mais distante da "linha de chegada"? Esse texto é pra você.
Texto inspirado por essa performance da magnífica Megan Hilty
Sabe quando você começa um novo projeto e pensa: “Agora vai! Agora minha vida muda de vez!” e de repente você percebe que um novo desafio foi desbloqueado e a glória de atravessar a linha de chegada vai te custar mais uns bons quilômetros nessa maratona? É exatamente disso que ela fala nessa música.
Quando eu tinha 21 anos eu me mudei pro Rio de Janeiro como uma boa atriz recém-formada em busca da oportunidade de mudar de vida: entrar na Rede Globo. Mas essa mudança me apresentou a um novo sonho que eu ainda não sabia que tinha: ser atriz de musicais. Isso porque eu trabalhei n’A Loja dos Musicais, um projeto criado e idealizado por um amigo, o Lurryan. Era a clássica loja de souvenirs dos musicais? Quase. A diferença era que os produtos eram idealizados e criados por ele e não vindos de uma franquia dos EUA.

Trabalhar na loja me dava o privilégio de assistir gratuitamente os musicais. O primeiro foi O Mágico de Oz. E eu confesso que assistia apenas uma cena em todas as sessões (Sim. Absolutamente todas): o número do espantalho interpretado pelo magnífico Pierre Baitelli. Essa experiência me fez ir atrás de uma professora de canto e inclusive me matricular no ballet. E também me rendeu um pseudo-relacionamento extremamente traumático, mas isso é papo pra outra newsletter.
Foi nesse cenário que eu comecei a assistir a série Smash que se passava na broadway, nos bastidores dos musicais. Mais precisamente das audições, ensaios e estreia de um musical baseado na vida de Marilyn Monroe (se você é seguidora antiga, já sabe que ela é minha diva-mor).
Em um determinado momento da série, Megan Hilty (uma das atrizes protagonistas) aparece cantando ‘They Just Keep Moving The Line’ e eu não consigo descrever pra você em palavras o quanto aquela letra me atravessou.
Eu tinha a sensação de que estava constantemente batendo na trave do sucesso profissional e do amor. Mas eu preciso te lembrar que eu tinha apenas 21 anos. Eu tinha acabado de entrar no ensaio pro que seria a vida adulta e já estava me sentindo atrasada.
É importante que eu te traga um pequeno contexto: no meu primeiro ano de São Paulo (eu tinha 17/18 anos) eu já fui agenciada e fiz meus primeiros testes para novelas. Não passei, mas minha agente me dizia que era questão de pouco tempo até acontecer. Mas eu me tirei do caminho. Eu não dei conta. Desenvolvi um transtorno alimentar, me demiti da agência e comecei a dizer pra mim mesma que eu seria uma atriz exclusivamente de teatro e me convencer de que era muito mais digno e profissional (outro papo pra outra news). 2 anos depois essa ideia caiu por terra e eu fui pro Rio.

Voltando ao Rio e aos meus 21 anos. Eu tinha acabado de iniciar minha vida sexual. No Rio tive um pequeno relacionamento de um mês que foi uma catástrofe pro meu psicológico. Eu chamo esse momento de “meu processo iniciático”. É exatamente o que se espera dos 20 e poucos: erros, quedas, ressacas e todas as histórias que quando você chega aos 30, você pensa “ainda bem que essa fase passou”.
E é esse meu ponto. Eu tinha a sensação de que a linha de chegada se afastava cada vez mais de mim. Mas não era ela. Era eu quem diminuia o ritmo para me distanciar dela por simplesmente não estar preparada para a travessia. E não fazia isso de maneira consciente, não. Fazia através das atitudes e escolhas equivocadas que eu precisava vivenciar justamente para chegar aos 30 sendo grata pela coragem da mulher de 20.
Agora aos 32 eu penso que a “linha de chegada” não é um lugar ou uma conquista. Não é algo que alguém me oferece, como diz na música. “Eles simplesmente continuam a mover a linha”. Eu não quero mais depender deles e de suas linhas. Porque quando não sou eu quem as determina, as expectativas são impossíveis de alcançar. Pelo menos se eu desejo me manter sã e leal a mim mesma.
E isso eu aprendi com a Ynara desse passado que te contei. Ela se jogou de cabeça em tudo e saiu dos 20 com uma única clareza: eu já sei tudo o que eu não quero mais pra mim. E isso já é coisa pra caramba!
Hoje eu não quero enxergar a linha de chegada. Não quero esperar uma grande premiação ou uma grande recepção. Eu só quero caminhar. Eu não quero me sentir atrasada pra nada. Eu não tenho que ter conquistado nada por conta de um número que define há quanto tempo eu existo como Ynara.
Essa pressão não é minha. É daqueles que insistem em apressar a existência e de marcá-la com grandes feitos em ordem cronológica. Quem inventou a contagem de tempo? A humanidade. O tempo só acontece. Só flui. Ele não marca nada. Somos nós quem envelhecemos, não ele. Somos nós quem passamos, não ele.
Portanto, se sou eu quem caminha, eu dito meu próprio ritmo. E meu ortopedista me impediu de correr por conta de um probleminha que tenho na minha lombar, então eu não tenho outra opção senão simplesmente andar.
E você? Qual o ritmo do seu caminho?
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Eu falo, redundantemente mesmo, que só termina quando acaba. A linha de chagada é o fim e a vida é como um cesto de roupa suja, a gente nunca vai zerar completamente, porque o que importa não são as roupas, mas viver!