escolher uma pessoa é escolher uma vida.
esse foi o insight que surgiu durante uma conversa com a
esse final de semana. falávamos de relações, da vida e se bobear tudo começou com algum vídeo do tiktok que alguma das duas viu e mandou pra outra. porque os melhores insights sempre vem das situações mais cotidianas, já percebeu?agora voltando a nossa frase inicial, você já pensou no quanto as suas relações impactam na vida que você vive ou vai viver? todos os tipos de relações, mas nesse texto eu vou focar nas amorosas, tá bem? então tá bem.
amor nos anos 20
não naquela década bonita de escritores melancólicos morando em Paris ou de artistas modernizando a arte no Brasil. eu falo dos seus 20 anos. ou até mesmo antes deles. sua adolescência.
já reparou que a coisa que menos nos preocupava era o que viveríamos a longo prazo com as pessoas que nos interessávamos? podíamos até sonhar com viagens e festa de casamento, mas sem pensar em como realizaríamos cada coisa. a vida a dois era apenas sonho e idealização.
era ouvir uma música exageradamente romântica e melosa, deixar depoimentos açucarados no orkut, trocar status no facebook, fazer planos mirabolantes e juras eternas sem nunca pensar em como seria o amanhã.
essa era a minha. me conta nos comentários qual era a sua? vou fazer uma playlist do amor nos anos 20 pra gente!
amor depois dos 30
eu comecei a me relacionar com Lucas aos 26. aos quase 28 começamos a envolver as famílias e estávamos oficialmente namorando. aos quase 30, fomos morar juntos. aos meus quase 30 e aos 34 dele.
aos 26 eu não sabia se era com ele que eu dividiria a minha vida. era apenas o começo, mas eu já tinha em mente que estava pronta para me relacionar. aos quase 28, eu tinha certeza que eu não queria mais ser ficante, eu queria conhecer a sogra.
mas foi aos quase 30, quando decidimos morar juntos, que eu me toquei que a partir daquele momento iniciava uma nova vida. foi ali que eu entendi que eu dividiria a maior parte os meus dias com aquele homem. dos dias, do banheiro, da cama, das contas, das decisões no mercado, das viagens, das toalhas de banho, das roupas de cama, dos elásticos de cabelo (essa veio mais tarde)…
e além dos dias e das decisões cotidianas, eu dividiria sonhos e desejos. foi quando percebi que precisaríamos ter a mesma ideia de como viver nossas vidas. o mesmo alvo, a mesma ambição. mesmo que tivéssemos formas diferentes de caminhar, precisaríamos caminhar na mesma direção.
eu tive muito medo.
minha vida era com as minhas amigas: cafés e conversas infinitas. era pensar só em mim para tomar cada decisão. era deitar sozinha numa cama de casal enquanto assistia RuPaul até dormir.
será que eu ainda teria espaço para ser eu? será que caberiam meus sonhos e ambições individuais nessa nova fase?
escolher uma pessoa é escolher uma vida.
Lucas trabalhava num restaurante (o mesmo que nos conhecemos) quando começamos nosso relacionamento. em 2020 eu migrei pro mercado digital e me libertei de ter que morar em são paulo. foi então que começamos a ter vários conversas sobre a vida que desejávamos viver e eu sempre deixava claro que queria sair de lá, descobrir novos lugares e novas possibilidades. mas pra isso, ele precisaria sair do trabalho fixo e estável e topar vir comigo na vida digital.
ali começamos a escolher a nossa vida. como ela seria? onde? quanto ela custava? era realmente o que nós dois desejávamos?
depois de MUITA conversa, ele pediu demissão e decidimos construir uma nova realidade. a partir dali, a vida que escolhemos começou a ganhar forma e hoje moramos no lugar que ele sonhava em morar desde 2015 (talvez antes). foi ele quem me apresentou o Rosa e eu me apaixonei tanto quanto. aqui estamos. e aqui pretendemos ficar.
relacionamentos podem, sim, nos impedir de viver desejos e sonhos. porque escolher uma pessoa é escolher uma vida. e se você não percebe isso e diz “sim” pra quem te faz bem hoje, mas não vislumbra o mesmo amanhã, é bem provável que sua realidade seja diferente do que você imaginava que fosse.
nós vamos sempre abrir mão de uma coisa ou outra porque isso é a vida: cada escolha, uma renúncia. mas se você está renunciando aos seus valores e desejos mais puros por alguém, algo de errado não está certo.
meu relacionamento é monogâmico, mas se eu quisesse viver uma vida não-mono, não seria o Lucas quem estaria ao meu lado agora. assim como se ele quisesse continuar em são paulo e construir carreira como barman do restaurante, eu não estaria ali.
antes de buscar uma pessoa, entenda como você deseja viver a sua vida.
encontrar um companheiro ou uma companheira vai muito além de encontrar um amor. o amor nutre, é o centro, mas não sustenta uma relação. quantas pessoas você conhece que terminaram se amando por não quererem mais as mesmas coisas? conheço algumas… e acho maravilhoso que isso aconteça mesmo que doa. porque as liberta para viver como realmente desejam. isso é assumir os efeitos colaterais de ser exatamente quem se é.
agora atenção aqui:
minha deusa, por favor, não deseje pequeno. não aceite o mediano por achar que é o que você consegue. não aceite migalhas por acreditar que você não merece mais ou que não vai existir alguém que realmente tope suas loucuras. não acredite que relacionamento é fim, “game over”. isso só é verdade se você aceitar repetir histórias que não são suas. ouvi muito que as mulheres da minha família tinham “dedo podre”, mas nunca abracei essa ideia pra mim. óbvio que conheci pessoas péssimas no caminho, faz parte da vida. mas também conheci pessoas ótimas que não queriam a mesma vida que eu. imagina se eu tivesse continuado com alguma delas por achar que jamais acharia algo melhor? eu nunca teria aberto espaço para viver o que vivo hoje.
meu relacionamento é perfeito pra mim. até nos defeitos, porque são os que eu dou conta de lidar. pode ser que pra você seja insuportável. e tudo bem. não é sobre viver o que e como eu vivo. é sobre escolher quem vai caminhar ao seu lado não apenas para te fazer companhia, mas para construir junto cada etapa do caminho. e pode ser que você prefira caminhar só. e tá ótimo, se é o que te preenche. não existem regras. existem escolhas.
e sempre começa de dentro pra fora, de você para o outro. é preciso atravessar o oceano interno e iniciar sua jornada em busca de si e da conexão com seu feminino. não aquele da performance social que se veste de rosa e prepara janta pro marido. aquele que te ensina a escutar sua intuição, sustentar o vazio e abrir espaços para receber. aquele que fala aos sussurros bem pertinho no seu ouvido o nome e sobrenome do seu desejo e te entrega as ferramentas para ir atrás dele. e não me entenda mal: esse desejo não é gente, é vida.
como iniciar a travessia:
está na hora, você está preparada. é preciso apenas que você tenha as ferramentas corretas para encarar o oceano. e isso eu posso e quero te entregar. seja minha mentorada em 2024 e receba uma guiança feita com escuta, orientação e prática. a Mentoria Lidere Sua Vida está aberta e tenho 2 vagas para janeiro, 3 para fevereiro. o processo é individual, personalizado e te dá acesso por um ano à minha comunidade de mulheres-potência com aulas quinzenais ao vivo. para conhecer os detalhes, clique aqui e preencha o formulário de aplicação. eu vou entrar em contato com você para agendarmos uma reunião gratuita onde vou te apresentar como trabalharemos juntas. será uma honra ser sua mentora!
meus últimos desejos de hoje
eu desejo, de coração, que essas palavras te tragam algum conforto ou que te provoquem ao movimento. desejo que você descubra cada dia mais como sua vida fica mais gostosa de ser vivida quando você sabe o que quer. desejo também que você se abra para as mudanças que surgirem. tá tudo bem mudar a rota! se você está vivendo um término, desejo que você permita que seu coração se cure no tempo dele. e que, dado esse tempo, você comece a construir o seu novo caminho. se você está no início de uma história, desejo que ela esteja alinhada com seus valores e que seja deliciosa enquanto dure. se você está em busca do amor, desejo que você o encontre em si primeiro. se ja encontrou, desejo que você se abra para enxergá-lo também no outro.
no mais, eu desejo que você exista.
Que teeeextoooooo!!!! Salvo como um dos meus favoritos de todos os posts da vida. Porque me identifiquei demais, já que aos 29 estou indo morar junto com um parceiro com quem (finalmente – posso dizer isso aos 29?) quero dividir uma vida, com quem vejo uma vida. E com todos esses medos, mas também expectativas.
Me lembro que essa ficha me caiu quando, em uma sessão, minha terapeuta me trouxe a seguinde observação: Nati, tu viveu o amor infantil, o amor adolescente e o amor jovem, agora tu está descobrindo o amor adulto.
E aí meu mundo fez sentido.